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ONU

81% dos índios vivem em pobreza extrema

Os povos indígenas vivem em situação de pobreza no planeta, de acordo com um relatório divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU). O documento mostra dois dados preocupantes: os índios representam um terço das 900 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza em áreas rurais (com menos de US$ 4 por dia). Além disso, dos 370 milhões de índios no planeta, 300 milhões (81%) estariam na pobreza extrema.

O texto da ONU destaca que fa­­to­­­res como o analfabetismo, o desemprego e a discriminação ligam a comunidade indígena à pobreza. No mercado de trabalho, isso se reflete nos salários e significa que os índios, mesmo capacitados, recebem a metade dos não índios. Na Amé­rica Lati­na, a Bolívia apresenta a maior diferença de salário para cada ano adicional de escolaridade.

A pobreza, no entanto, também é a realidade dos índios de países considerados desenvolvidos, como o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Ze­­lân­­dia. Lá, a população indígena tem os indicadores sociais mais baixos e é vítima do avanço da obesidade e da diabete tipo 2, além da baixa expectativa de vida. Na Aus­­trália, um aborígene tem expectativa de vida em média 20 anos me­­nor do que a dos demais indivíduos.

A falta de apoio para a utilização de conhecimentos tradicionais e para a instalação de sistemas que aten­­dam de maneira diferenciada es­­sa população, além de problemas de ordem cultural como a discriminação e a falta de perspectivas de vida, refletem-se em problemas de saúde como o avanço do alcoolismo, que pode levar à diabete – a doença já atinge mais da metade dos índios do mundo. Em algumas comunidades, a diabete alcançou níveis de epidemia e é um risco à existência dos índios, afirma o documento.

O relatório da ONU também lembra que o alcoolismo aumenta as taxas de suicídio entre os índios, citando que, nas últimas duas décadas, centenas de jovens guarani kaiowá, no Mato Grosso do Sul, se mataram.

Além dos problemas causados pelo alcoolismo, o texto divulgado ontem ainda destaca o avanço da aids, trazida em muitos casos pela prostituição, e da tuberculose –doença que afeta desproporcionalmente os indígenas por causa da pobreza, de diferenças linguísticas, de distâncias geográficas e de precárias condições de habitação.

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