Quem cruza a capela do Hospital Erasto Gaertner com sentido aos quartos ou enfermaria vê um corredor acinzentado, com pé direito alto. É a arquitetura típica para um hospital erguido em 1973, como é o caso do Erasto. A área acinzentada concentra a maioria dos casos e pacientes. Mas em poucos metros, rampa abaixo, é possível adentrar um mundo cor-de-rosa. Não só as paredes da ala pediátrica são pintadas de outra cor, como seus pacientes têm uma energia especial. Com bom capital humano, o local sofre da falta de estrutura. A construção de um hospital oncopediátrico no mesmo terreno deve ampliar a humanização no tratamento de crianças com câncer.
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Com idade entre zero e 18 anos, muitos pacientes atendidos são pequenos. É o caso do amoroso Arthur Lopes, de 9 anos. Perguntado sobre o que faz no hospital, responde coisas como: “Brinco. De boneco. Com amigos”. Mais do que uma distração, a brincadeira é parte do tratamento. “Você não consegue criar vínculo com uma criança que não seja pela via do brinquedo”, explica a psicóloga Iolanda Galvão, há 20 anos na ala pediátrica do Erasto.
O vínculo facilita o trabalho dos profissionais. Além disso, a brincadeira é importante para criar uma experiência lúdica aos pacientes, que muitas vezes acabam morando no hospital. Os longos períodos de internação são parte da dinâmica do tratamento oncológico. Muitas crianças vêm de cidades distantes e acabam ficando, elas e as mães (maioria entre as acompanhantes), por ali mesmo.
Durante os dois anos de tratamento de Isabela Melo, sua mãe, Rosilda Pinto, dormia de segunda a sexta-feira nos bancos da sala de espera. O local também funciona como playground, por falta de brinquedoteca, o que é um problema. “Hoje mesmo tinha uma mãe com uma criança no colo e outra criança passou correndo, quase derrubou a mulher”, conta Eduardo Falcão, de 16 anos.
Ele teve alta no fim de 2015 e agora voltará para Guarapuava, onde vai cursar o 3.º ano do curso técnico em Administração. Fez o 2.º à distância, durante a internação, “com nota melhor do que tinha antes”. Também durante sua internação, Isabela concluiu o 7.º ano do ensino fundamental com a melhor nota da escola.
A equipe do hospital faz atendimento personalizado, inclusive com aulas no quarto, a depender do estágio de tratamento. E compra briga com escolas que não enviam material didático. A sala de estudos também não é das maiores; tem um computador, da pedagoga, e uma uma mesa comprida, com lugar para seis crianças. A mudança da ala pediátrica do Erasto para o “Erastinho” está prevista para 2017.
Meta é construir “Erastinho” até 2017
- Naiady Piva
A intenção de construir um hospital oncopediátrico foi anunciada pelo Erasto Gaertner em novembro de 2015. A obra ganhou fôlego com a destinação de R$ 9 milhões da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), anunciada pelo secretário Michele Caputo em dezembro, no lançamento da campanha financeira da empreitada. A meta é captar R$ 30 milhões, ao todo, e construir o hospital em 15 meses.Para dar conta de arrecadar os R$ 21 milhões faltantes, o Erasto Gaertner aposta em parcerias com a sociedade civil e no projeto Mão Amiga, de doações financeiras.
A previsão do superintendente do hospital, Adriano Lago, é começar a obra entre abril e maio, após aprovação do projeto por parte da vigilância sanitária. O Erastinho deve ter 30 novos leitos. Os 20 que atualmente são ocupados pela pediatria do Erasto passariam para os adultos.
O atendimento a novos casos deve duplicar, dos atuais 145 para 300 por ano. A capacidade de internação aumenta de 840 para 1.738. A procura por tratamento contra o câncer infantil sofreu um boom. Até um ano atrás, o Erasto tinha média de dois pacientes novos por mês na ala pediátrica. Nos últimos doze meses, a média saltou para 11 casos novos por mês”, relata a psicóloga Iolanda Galvão.
Além do espaço maior - que possibilita abrigar mais pacientes e com maior conforto - a grande conquista do Erastinho será a unidade de Transplante de Medula Óssa (TMO), conta a psicóloga. Atualmente, pacientes com leucemia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são encaminhados para os hospitais Pequeno Príncipe (HPP) e de Clínicas (HC).
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