Apesar desta polêmica, a ocupação da São Francisco remonta a 2013, quando foi concluído o processo de revitalização da rua. Vieram os primeiros bares e, atrás deles, frequentadores ávidos pela vocação boêmia do Centro Histórico. O fenômeno externava um novo modo de se relacionar com a cidade e de lidar com o espaço público.
Longe do agito da noite, outra São Francisco
Leia a matéria completaA virada, entretanto, ocorreu em março. Segundo empresários, moradores e professores de um colégio próximo, a aglomeração se descontrolou. O movimento já não depende dos bares, uma vez que os novos frequentadores levam sua própria bebida – o famoso “tubão” – e permanecem na rua, conversando, jogando baralho ou tocando música. Entre as novas “tribos”, estão a galera do rap e a do skate, os punks e grupos do “pixo”, entre outros.
Nenhuma das esferas – poder público, vizinhos, empresários e comunidade escolar – parece saber lidar bem com o fenômeno. O que mais lhes incomoda é a banalização do uso da maconha. “Eles [os frequentadores] agem como se as drogas estivessem liberadas na rua”, resume Sílvia Aparecida Rodrigues, diretora do Colégio Estadual Poty Lazzarotto, para jovens e adultos. “Quando descobriram que aqui podiam fumar maconha livremente, começaram a vir pra cá e houve essa explosão”, diz a empresária Fábia Biasi.
No meio do caminho tem uma escola
Alunos e professores reclamam de barulho e drogas na São Francisco
Leia a matéria completaObviamente, o consumo de maconha não é generalizado. A reportagem conversou com muitos frequentadores que vão à rua para fazer um happy hour, encontrar amigos e tomar uma cerveja ao ar livre. Ao mesmo tempo, alguns jovens preparam os cigarros, fumam e falam com tranquilidade sobre o uso e a repressão. O cheiro de maconha é forte praticamente o tempo todo.
Prefeitura aposta em arte e cultura para reordenar a ocupação
Para reordenar a ocupação e resgatar o projeto inicial de explorar o potencial gastronômico e cultural da Rua São Francisco
Leia a matéria completa“A gente vai fumar em qualquer lugar. Se não for aqui, vai ser em uma ‘quebrada’. Enquanto estava a playboyzada ‘queimando um’ aqui, estava tudo bem. Bastou a gente vir, pra virar caso de polícia”, disse um rapaz, que pediu para não ser identificado. “A polícia já me levou [para a delegacia] porque eu estava com um baseadinho. Olha a energia que gastam com a gente por nada”, contou outro jovem.
A fama de que a São Francisco é tolerante com as drogas impacta também em quem “está limpo”. Mesmo quem não fuma, já sentiu o preconceito.
“Para a Guarda [Municipal], se você estiver na rua de moletom largo e boné, você é maconheiro. Já chegam te enquadrando. E eu só venho aqui para ficar ‘de boa’ e cansei de levar escracho”, diz um estudante.
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