Enterro
Mortos em atropelamento recebem homenagens
Aline Peres
Os corpos das duas vítimas do acidente na Praça Tiradentes foram velados e sepultados ontem na presença de amigos e familiares. O sonoplasta Edison Pereira da Silva, 56 anos, foi atropelado no ponto pelo ligeirinho.
Delegado descarta embriaguez e mal súbito
Segundo o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito, as hipóteses de embriaguez ao volante e de mal-súbito do motorista estão descartadas na investigação sobre o acidente na Praça Tiradentes.
Casal escapa da colisão por um metro e meio
Para testemunhas e sobreviventes do acidente, a tragédia não será esquecida tão cedo. O casal Hilda e Ricardo Silva, ambos com 47 anos, proprietários de uma banca de revistas na Praça Tiradentes, escaparam por pouco do ônibus descontrolado.
A investigação sobre as causas do acidente com o ligeirinho está em andamento
- RPC TV
José Aparecido Alves, de 49 anos, motorista do ônibus ligeirinho que causou um grave acidente na última quinta-feira, em Curitiba, teria escolhido o local da batida para atingir um menor número de pessoas. A versão foi contada pelo próprio condutor ao presidente do Sindicato dos Cobradores e Motoristas de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Denilson Pires. "Ele disse que viu menos gente nesse ponto. Ele gritava para que Deus ajudasse e avisou a todos que não conseguia frear", relatou Pires.
No dia do acidente, Alves tinha acabado de assumir o ligeirinho Colombo/CIC exatamente na estação-tubo da Praça Tiradentes, por volta das 11h30. O ônibus teria acelerado acima das condições normais, fazendo com que ele desviasse de outro ligeirinho e fizesse a curva interna da praça em velocidade acima do normal. O veículo bateu em um táxi, furou o sinal vermelho, atingiu um carro Peugeot e só parou ao bater na fachada das Lojas Pernambucanas. Duas pessoas morreram atropeladas e outras 32 ficaram feridas.
Pires decidiu conversar com a imprensa porque Alves está sem condições psicológicas para explicar o acidente. "Ele está inacreditavelmente abalado. Mais chora do que consegue falar porque a morte de alguém machuca muito. Hoje [ontem], ele não tem condições mínimas para falar", disse. A intenção do Sindimoc é levar Alves para uma avaliação psicológica para que ela seja afastado de suas funções até reunir condições de trabalho. Segundo o presidente do sindicato, o motorista também teme por possíveis agressões. "Ele viu a repercussão e se assustou com a possibilidade de linchamento", diz. Alves foi preso na quinta-feira quando deixou o hospital e indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). O motorista foi solto na madrugada de ontem após o pagamento da fiança, no valor de R$ 1 mil.
Companheiro
O cobrador Mauro Guidet conhece Alves há 8 anos e divide a linha Rondon, no bairro Capão Raso, com o motorista há um ano e meio, por mais de três horas diárias das 5h16 às 8h58. "Ele é uma excelente pessoa. Muito calma, sempre tratou a todos muito bem. Deixava os passageiros onde pediam para deixar", relata. Em geral, Alves tinha intervalo de uma hora e meia e conduzia outras linhas por volta das 11h30.
Como plantonista da Auto-Viação Redentor, ele era uma espécie de motorista substituto, que assumia as linhas com motorista em falta no dia. Na última quinta-feira, ele foi responsável pelo ligeirinho Colombo/CIC. Conforme Guidet, Alves era um excelente motorista e com experiência no ligeirinho. "Ele era experiente. Na empresa, estava todo mundo de boca aberta, querendo saber como ele estava e rezando por ele", conta.
Nos últimos três anos, Alves foi abandonado pela mulher e criava os dois filhos (um homem de 16 e uma menina de 20) sozinho. "No seu intervalo, ele ia para casa para preparar o almoço do filho e comer", diz. O diretor administrativo do Sindimoc, Valdecir Bolete, considera a ficha e os antecedentes de Alves "excepcionais". "Não há multa de trânsito em sua carteira, nem passagem criminal", diz.
Indenização
A Redentor, proprietária do ônibus, considera cedo para determinar o valor dos danos causados. "Ainda é algo muito recente. A empresa está tentando verificar se há algo a ser feito que possa colaborar com as pessoas", afirma Heitor Fabreti Amante, advogado da empresa.
Sobre indenizações aos feridos e vítimas, a empresa alega que quem se sentir lesado pode procurar a Justiça. "Existe o Dpvat (seguro que pode ser retirado por qualquer pessoa em caso de acidente de trânsito) e é possível se socorrer em artigos do Código Civil no que se refere à reparação de danos", diz. Amante afirma que "a empresa não vai fugir de suas responsabilidades".
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