O diretor da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, classificou, no início da noite desta quinta-feira, como uma atitude política eleitoral do Governo do estado, a instauração de um inquérito policial para investigar se os aumentos praticados pelas concessionárias de pedágio no Paraná são abusivos.

CARREGANDO :)

O secretário da Segurança Pública do estado, Luiz Fernando Delazari, determinou, nesta quinta-feira (1) que o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) investigue se os aumentos são abusivos. Se confirmado os donos de concessionárias poderão ser responsabilizados criminalmente e em caso de condenação, podem pegar pena de um a quatro anos de detenção e pagamento de multas.

Chiminazzo afirmou que "o que o secretário está qualificando como abusivo, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) julgaram com correto e plenamente de acordo com os contratos estabelecidos, entre concessionárias e o governo".

Publicidade

"Alguém nessa história deve estar muito errado. O engraçado é que nós sempre ganhamos as ações para reajustar os preços", comentou o diretor.

Contrato

De acordo com Chiminazzo, a concessionária Caminhos do Paraná só reajustaram as tarifas porque o governo não cumpriu com a sua parte no contrato. "Em dezembro de 2003 foi assinado um contrato no qual a concessionária reduziriu a tarifa básica em 30%, ficando responsável pela conservação das rodovias e com a prestação de atendimento 24 horas aos motoristas que trafegam pela estrada", explicou o diretor.

"O governo por sua vez faria obras de restauração e ampliação nas rodovias. Como isso não foi feito, entramos na justiça", acrescentou.

Roberto Requião

Publicidade

Sobre o pronunciamento do governador Roberto Requião, na terça-feira, que afirmou que as concessionárias devem faturar neste ano R$ 640 milhões sem executar nenhuma nova obra, apenas mantendo a malha viária, o diretor novamente relacionou a propaganda eleitoral. "Essa afirmação é puramente política eleitoral, visando as eleições. Em oito anos, as seis concessionárias investiram mais de R$ 1,2 bilhão nas rodovias", retrucou Chiminazzo.

Recurso

O diretor conclui dizendo que a concessionária Caminhos do Paraná vai entrar com um recurso contra a liminar que, na quarta-feira, suspendeu o reajuste do pedágio na praça da Lapa, no trecho que liga a cidade à Araucária, na região metropoliatana de Curitiba.

Veja também
  • Aumento abusivo do pedágio agora é crime
  • Concessionária mantém valor na Lapa, mas vai recorrer
  • Liminar barra aumento de pedágio na Lapa
  • Justiça nega pedido de aumento de pedágio
  • Caminhos do Paraná reajusta tarifa do pedágio em 42%