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Acordo entre secretarias prevê criação de Central de Escolta

Até o momento, três delegacias da capital já foram interditadas pelos policiais, que protestam contra desvios de função da categoria | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Até o momento, três delegacias da capital já foram interditadas pelos policiais, que protestam contra desvios de função da categoria (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Um acordo firmado na noite da última quarta-feira (23) entre a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) e sindicatos dos policiais civis prevê a criação, em 15 dias, de uma Central de Escolta. A central, que contará com representantes das duas secretarias, Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público e Poder Judiciário, terá o objetivo de regulamentar as escoltas de presos no estado. A questão é alvo de críticas dos policiais civis, que dizem ter o trabalho prejudicado por terem de acompanhar presos em idas a consultas e audiências. Em um destes procedimentos, o investigador Marcos Gogola, de Campo Largo, foi morto por criminosos que resgataram um preso que era escoltado para um exame odontológico.

Também num prazo de 15 dias, serão definidos critérios para diminuir a superlotação das delegacias, com metas de curto, médio e longo prazos para a retirada total dos detentos das carceragens, outra reivindicação antiga dos policiais.

No total, segundo a secretaria, 130 presos de delegacias de Curitiba serão transferidos para a Casa de Custódia de Piraquara (CCP) em um prazo de 45 dias, contando desde a última segunda (21). A medida foi tomada após policiais interditarem três delegacias da capital para a entrada de novos presos, em protesto, e anunciarem que devem fazer o mesmo procedimento em outras carceragens nas próximas semanas.

Protesto policial

O Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) tem bloqueado delegacias para o recebimento de presos transferidos de outros distritos policiais desde o início do mês. A reivindicação da classe é para que os policiais sejam desobrigados de trabalhar em funções para as quais não são destinados, como revistar sacolas, fiscalizar presos durante visitas e escoltar detentos.

A carceragem do 12º Distrito Policial, de Santa Felicidade, em Curitiba, foi interditada no dia 11 de outubro e já tinha ocorrido uma tentativa de fuga dos presos no local. No dia 17, 22 presos da delegacia foram transferidos, mas cerca de 100 ainda estão no local, segundo os policiais de plantão no estabelecimento. O local tem capacidade para no máximo 50 presos.

Outro bloqueio do sindicato, ocorreu no último dia 3, na Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC), no Tarumã, também em Curitiba. No início da semana já não havia mais presos no local, que não tem carceragem, mas tinha detentos colocados em uma cela improvisada embaixo de uma escada. Poucos dias após o bloqueio, o local foi esvaziado.

De acordo com o Sinclapol, novas delegacias devem ser interditadas nos próximos dias. Na próxima semana, segundo o sindicato, deve haver o bloqueio da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), que também recebe presos acima da capacidade apesar de já ter sido interditada pela Justiça.

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