O ex-deputado federal José Rodrigues Borba (PMDB) foi o primeiro candidato a se registrar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para disputar as eleições de outubro. Borba almeja um novo mandato na câmara federal, onde pretende ocupar o posto que renunciou, em setembro do ano passado, após as denúncias de participação no esquema de corrupção conhecido de "mensalão".
O ex-deputado foi sozinho registrar seu nome no TRE, tarefa normalmente feita por representantes dos partidos, que registram todos seus candidatos em apenas uma lista. A precaução de Borba se deve a divergências com o partido ao qual pertence. O PMDB do Paraná não quer vê-lo em cima dos palanques.
Para conseguir se registrar, Borba apresentou um documento da executiva nacional de seu partido com a autorização. Mas no Paraná, o PMDB não reconhece a candidatura, pois o mesmo não teria participado da convenção que definiram os nomes. "Isso é um situação inusitada e absurda", reconhece o secretário-geral do PMDB do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli.
Além de grande parte do PMDB não apoiar o ex-deputado, o governador Roberto Requião declarou, por meio de sua assessoria, ser "absolutamente contra a candidatura de Borba". O medo é que as denúncias contra o deputado contaminem os palanques regionais.
Para Romanelli, o imbróglio deve ser decidido pelo próprio TRE. Caso a candidatura seja aceita, Borba terá direito, inclusive, de participar da propaganda eleitoral da legenda.
Denúncia
José Borba pediu seu afastamento em setembro de 2005. Com a renúncia, ele ficou livre para participar de novas eleições. Filiado no PMDB desde 1999, o ex-deputado se tornou líder do partido em 2004.
As denúncias contra o ex-deputado surgiram após Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério (acusado de ser o mentor do esquema que comprava deputados para votar com o governo), revelar, em entrevista ao programa de televisão "Fantástico", que seu chefe mantinha encontros freqüentes com Borba. A reportagem apontava ainda que ele seria o responsável em distribuir parte do "mensalão".
De acordo com a reportagem, Borba esteve numa agência do Banco Rural em Brasília, no dia 3 de dezembro de 2003. Naquele dia, R$ 200 mil foram sacados da conta da agência SMPB, de Marcos Valério de Souza.
Contra o tempo
Os partidos políticos deixaram para a última hora para registrar as chapas que disputarão as eleições de outubro. Até o fim da manhã desta quarta-feira (5), apenas a candidatura de José Borba havia sido feita no TRE.
Os partidos políticos têm até as 19 horas desta quarta-feira para registraram os nomes dos candidatos ao governo estadual, Senado e as chapas com os deputados estaduais e federais. O processo pode ser feito de duas formas. O partido pode levar uma lista com os nomes ou o próprio candidato pode se registrar, desde que tenha uma ata do partido com a autorização.
A reportagem entrou em contato com o ex-deputado José Borba, mas ele disse que não poderia falar naquele momento e desligou o telefone celular.
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