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Aos 55 anos, Adelaide do Carmo Oliveira divide o mesmo espaço com dezenas de urubus, ratos e baratas para tirar do lixo a renda de toda a família. Viúva e mãe de três meninas, ela passa mais de oito horas por dia dentro do lixão de Jaguariaíva, nos Campos Gerais. Sem usar luvas ou máscaras, Adelaide separa o material reciclável para revender às cooperativas da região. Por mês, não consegue ganhar mais do que R$ 350. "É assim que a gente vive. Eu e muitos outros", conta. O Brasil tem cerca de 500 mil catadores de lixo.

Adelaide relata que todos os catadores de material reciclável na cidade trabalham de maneira autônoma. "Não tem nenhuma cooperativa, nada. A gente vem por conta", diz. Não há um número aproximado de quantos catadores trabalham no município.

Por determinação do Ministério Público, a prefeitura de Jaguariaíva precisa imediatamente implantar a coleta seletiva de lixo e eliminar o lixão da cidade. A decisão foi tomada no ano passado e ainda não foi regularizada pelo município. Além disso, de acordo com o promotor de Justiça Saint-Claire Honorato Santos, o aterro de Jaguariaíva não possui infraestrutura considerada ambientalmente correta.

A diretoria do Meio Ambiente do município informa que está sendo elaborado um plano de manejo dos resíduos sólidos e também um estudo para organizar os catadores em cooperativa. Mas não há data estipulada para o problema ser resolvido.

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