As quatro pessoas da mesma família, mortas por um adolescente de 16 anos, em Marilândia do Sul, na região Norte do Paraná, foram enterradas na manhã deste sábado (8) no cemitério municipal, sob forte comoção. Em novo depoimento, o suspeito, que segundo a polícia, sofre de distúrbios mentais, confessou que os homicídios aconteceram na noite de quinta-feira (6). Os corpos dos avós de 52 e 56 anos e dos primos de 9 e 12 anos só foram encontrados na manhã de sexta-feira (7). Durante esse tempo, o garoto manteve uma rotina normal, indo, inclusive, à escola.
De acordo com o delegado Marcus Rocha Rodrigues, durante o depoimento o menino ressaltou que faz tratamento psiquiátrico há seis anos e toma remédios controlados. Há pelo menos uma semana ele estaria sem os medicamentos, o que teria causado desorientação, fazendo com que ele ouvisse uma voz feminina que o ordenava a assassinar a família.
Ainda conforme o delegado, o suspeito disse que ficou irritado com a prima porque ela não o deixou usar um tablet. A avó teria interferido e pedido para que ele se afastasse da criança. Nesse momento, o adolescente teria tido um surto psicótico e matado a avó e os primos. O avô não estava em casa e foi morto horas depois, ao retornar. Todos foram golpeados com um taco de basebol cheio de pregos, um martelo e um machado.
No dia seguinte, o garoto foi à escola dirigindo o carro do avô. Lá, ele chegou a comentar com colegas que teria assassinado os familiares, mas ninguém acreditou. Ele foi apreendido na sexta-feira pela Polícia Militar em um ponto de ônibus, após abandonar o veículo da família e tentar retornar para casa.
O suspeito permanece em Marilândia do Sul, mas a polícia não informa o local por medida de segurança. Segundo o delegado, a revolta tomou conta da população, que ameaça linchá-lo. Ele deve ser encaminhado, ainda neste sábado, para um hospital psiquiátrico de Londrina. “A psicose é notória. Ele, inclusive, pediu aos policiais para ser morto. Foi uma tragédia. Até nós, policiais, ficamos chocados com o caso”, comentou Rodrigues.
A mãe do adolescente mora em Curitiba e o pai no Rio Grande do Sul. Ele vivia há alguns meses em Marilândia do Sul. As crianças mortas são filhas de um agente penitenciário da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana e estavam visitando os avós.
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