O criminalista Roberto Podval, advogado de defesa do casal Nardoni - acusado de matar a menina Isabella no dia 29 de março de 2008 -, vai mostrar nesta terça-feira (23), durante o segundo dia de julgamento como era o cotidiano da família. O objetivo do advogado é demonstrar como era o relacionamento entre os membros da família e o que de fato aconteceu, mostrando que "não havia razão para uma brutalidade tão grande com a Isabella", explica.
Para Podval, "ficou claro que antes disso tudo havia conflito entre famílias". "As famílias brigavam, tinham ciúmes, e a relação não era harmônica, mas é coisa que acontece no dia a dia de qualquer família", conclui o defensor de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da vítima e acusados do crime - eles alegam inocência. Isabella, de 5 anos, foi jogada do 6º andar do Edifício London, onde o casal morava.
Em relação ao pedido da defesa feito ontem, concedido pelo juiz, em manter a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, à disposição da Justiça, Podval se defendeu. "Eu não posso convocá-la para depor depois, por isso tive que pedir para que ela ficasse. É a vida de duas pessoas que está em jogo."
Sobre o pedido de acareação entre a mãe de Isabella e o casal Nardoni, Podval não confirmou se vai fazer o pedido. "Preciso ouvir o depoimento de Alexandre e se houver alguma contrariedade com o depoimento de Ana Carolina Oliveira, aí sim eu preciso colocá-los frente a frente", disse.
Atraso
O julgamento estava previsto para reiniciar às 9 horas de hoje, porém, não havia começado por volta das 10h05. Segundo informações do Tribunal de Justiça (TJ), os jornalistas que poderão assistir à sessão ainda não haviam sido liberados para entrar no Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista.
Ao chegar ao fórum, carregando uma rosa branca na mão, a avó materna de Isabella, Rosa Maria Cunha de Oliveira fez um desabafo aos jornalistas presentes. "Minha neta está dentro do coração da gente. Eles nunca vão conseguir matar ela." A avó espera também que Alexandre e Anna Carolina Jatobá "sejam condenados por 25 a zero". Ela estava acompanhada do marido, José Arcanjo de Oliveira.
Segundo a avó, ela foi impedida de falar com sua filha, Ana Carolina, porque a mãe da vítima está à disposição da Justiça. De acordo com Rosa Maria, querem fazer uma acareação entre a mãe de Isabella e o casal Nardoni. Completando o desabafo, a avó disse que "Ana Carolina precisa ter o luto dela, porque por dois anos não conseguiu enterrar a filha".
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