Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) tornar a microcefalia em áreas com zika vírus emergência mundial, entidades ligadas ao turismo no Brasil tomaram medidas de prevenção e alerta aos estrangeiros no país. Companhias aéreas e agências de viagens anunciaram que produzirão materiais de informações sobre a doença e como se prevenir.
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O Pier Mauá, zona portuária do Rio, informou que começará nesta quarta (3) campanha de alerta sobre dengue, zika e chikungunya aos passageiros dos navios que atracam. O uso de repelentes será incentivado e panfletos com informações sobre prevenção serão distribuídos no desembarque. Totens em pontos visíveis também serão fonte de informação aos visitantes.
Também nesta quarta, o Pier também começará campanha de conscientização online, em sua página no Facebook, com textos e imagens com dicas de prevenção. O Pier informou que fiscaliza regularmente os possíveis focos de criação de mosquitos. “A concessionária tem contrato com uma empresa especializada em higiene e saúde responsável por esta inspeção. Além disso, toda a área do Pier Mauá é dedetizada semanalmente”, divulgou.
A companhia aérea Gol começou nesta terça (2), a emitir em todos os voos para o Brasil instruções sobre o zika vírus. O período de inserção das mensagens poderá ser reduzido ou ampliado, de acordo com as orientações sobre a gravidade e nível da epidemia. O aviso sonoro diz: “Senhoras e Senhores, informamos que as autoridades de saúde estão em constante ação de combate ao mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya. Como medida de prevenção, recomenda-se o uso de repelentes e se possível roupas leves que protejam a maior parte do corpo, inclusive em período noturno, especialmente para as grávidas. Se no prazo de 15 dias aparecerem sintomas como febre, manchas vermelhas na pele, dores musculares ou nas articulações, consulte um médico”.
Sobre a desinfestação das aeronaves, recomendada pela OMS, a Gol afirmou que o procedimento já é feito nos voos internacionais. A Gol e a TAM já tinham anunciado a isenção de cobrança de taxa a clientes grávidas que optarem por remarcar voos para destinos com incidência do zika vírus ou antecipar o retorno. A TAM informou que intensifica as informações sobre a prevenção contra as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti aos passageiros.
As empresas de viagens relatam que não há registro de cancelamentos de viagens ao Brasil após a medida da OMS. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) informou que, até esta terça, a decisão não impactara diretamente a atividade hoteleira. “A ABIH está atenta às ações do governo para solucionar a questão e confirmou junto à Secretaria Municipal de Saúde que a zona sul e a Barra da Tijuca, regiões onde estão concentrados os empreendimentos hoteleiros instalados na cidade, são classificadas como áreas de baixo risco, com menor incidência de casos”, divulgou a associação, acrescentando que até agora não há cancelamentos de viagens para a Olimpíada, em agosto, informação passada também pelo Comitê Rio-2016, que coordena a preparação para os Jogos.
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Leia a matéria completaA agência de viagens CVC também deu o mesmo panorama. Segundo ela, o volume de voos deste verão é 50% maior que o do temporada do ano passado, especialmente para o Nordeste. “Para o período da alta temporada no Brasil, que compreende os meses de dezembro de 2015 e fevereiro até o carnaval, a CVC contratou mais de 1.000 voos extras fretados (ou 100 voos fretados por semana)”, enviou, por nota, a agência.
Turistas que estão no Rio reagiram com calma ao alerta da OMS. As irmãs inglesas Nikki, Malanie e Natasha Kirycuk, de 21, 23 e 24 anos, que visitavam o Pão de Açúcar, zona sul, disseram que, por não estar grávidas, não temem o vírus. “Soubemos que os sintomas não são tão graves, parecem com os de uma gripe comum, então circulamos sem nos importar. Mas levamos muitas picadas”, disse Nikki, mostrando as marcas nas pernas. “Somos sobreviventes”, brincou Natasha.
A coreana Sara Kang, de 25 anos,afirmou que não se preocupou com o alerta, mas a reação da família foi diferente. “Como estou sozinha, os parentes já me mandaram várias mensagens perguntando se eu estou me prevenindo com repelentes.” O produto ganhou presença cativa na bolsa da escocesa Karen McGeough, de 51 anos. Ela passou um repelente em spray importado antes de embarcar no bondinho. “Trouxe da Escócia quando soube da epidemia. Mas, como comprei as passagens em novembro, não ia deixar de viajar por causa disso.”
Gaúchas de Santa Maria, Isis Portolan, de 31 e Leonora Romano, de 42, criticaram a falta de informações. “Estou toda picada, será que peguei zika? Como são os sintomas? perguntou à reportagem.
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