Cerca de 100 agentes penitenciários resolveram aderir à manifestação dos professores, no Centro Cívico.| Foto: Jonathan Campos/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Caixa Zero: Em nome dos R$ 8 bilhões, Richa pode negociar tudo no pacote, menos a previdência

O governo estadual recuou de vários itens do "pacotaço" enviado à Assembleia, em sua maioria iniciativas que retiravam benefícios do funcionalismo. Mas, há uma coisa de que o governador Beto Richa (PSDB) não vai abrir mão...

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Agentes começam a se reunir na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio Iguaçu
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O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) decidiu nessa terça-feira (10) que a adesão da categoria à greve geral está condicionada à aprovação do "pacotaço" do governo estadual, que, em sua versão original, incluía a extinção de benefícios concedidos ao funcionalismo público.

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Em assembleia, o sindicato decidiu que se o pacote de medidas de austeridade for aprovado com ressalvas, a categoria volta a se reunir para analisar o resultado da votação e decidir quais medidas tomar. Em reunião realizada na manhã de hoje entre o Sindarspen e a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o secretário Fernando Francischini teria garantido que alguns pontos polêmicos, como o fim do quinquênio e a extinção do Fundo Previdenciário da Paraná Previdência, serão retirados dos projetos de lei propostos pelo governo.

De acordo com o presidente do Sindarspen, Antony Johnson, a categoria apoia os professores e o Fórum das Entidades Sindicais (FES). "Nós apoiamos a luta dos servidores, porém não podemos ser radicais. Se os projetos forem aprovados, vamos entrar em greve também", disse.

Cerca de 100 agentes penitenciários reuniram-se próximo ao Palácio das Araucárias para discutir a adesão à greve e ao movimento liderado pela APP-Sindicato, entidade representante dos professores e funcionários da educação. Após a votação pela adesão à greve caso o "pacotaço" seja aprovado, os trabalhadores uniram-se aos professores na manifestação contra as medidas.

Entre os agentes penitenciários, a insatisfação é geral. "Nós pedimos pelo de sempre: material humano, infraestrutura e melhores condições de trabalho. Agora, esse 'pacotaço' é um absurdo, mexe com toda a estrutura familiar dos servidores, desestimula. Tanto que os servidores estão se unindo, independentemente da categoria. Temos que engrossar a voz contra tudo isso", disse o agente Edilson dos Santos, que tem 25 anos de carreira. Ele acabava de voltar de um plantão de 24 horas na Colônia Penal Agrícola.

Contra mudanças nos direitos do funcionalismo

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Em comunicado divulgado na segunda-feira (9), o Sindarspen informou que a categoria deveria paralisar as atividades para "exigir que os direitos já adquiridos sejam mantidos e, mais, que o governo respeite o trabalhador do Estado."

Segundo a entidade, os projetos de lei 001/2015 e 002/2015 encaminhados à Assembleia Legislativa (Alep), que propõem o fim do quinquênio (adicional por tempo de serviço) e reduzem os valores da aposentadoria, vão afetar especialmente os agentes penitenciários.

"O quinquênio é um dos poucos institutos de valorização salarial que ainda temos. Tirar isso é loucura. Como não temos um Plano de Cargos e Salários, ao retirar o quinquênio, Richa acaba com a ascensão funcional da categoria", desabafou Antony Johnson, presidente do Sindarspen. O sindicato também protesta contra o atraso no pagamento do terço de férias, de promoções e progressões de carreira.

Governo recua

Pressionado por servidores e deputados da própria base aliada, o governo do Paraná recuou em pelo menos três pontos do pacotão de medidas "amargas" anunciado na semana passada. Com isso, não devem mais ir à votação na Assembleia Legislativa propostas que alterariam benefícios remuneratórios de servidores, como progressões, o quinquênio e o anuênio.

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A base governista na Assembleia, porém, manteve a decisão de votar hoje os dois projetos de lei sob o regime de comissão geral, o chamado "tratoraço".

Protesto em frente à Casa

Assim como na segunda-feira, esta terça deve ser mais um dia de intensos protestos em frente à Assembleia Legislativa do Paraná. Professores, agentes e servidores de outras categorias prometem reunir milhares contra as medidas anunciadas pelo governador Beto Richa (PSDB).