Cerca de 60 agricultores foram retirados pela Polícia Militar na noite de quinta-feira (8) da entrada do canteiro de obras da Usina Baixo Iguaçu, em Capanema, no Sudoeste do Paraná. Eles estavam bloqueando o local desde a última segunda-feira (5). A medida, segundo o Movimento Atingidos por Barragens (MAB), tinha como objetivo chamar a atenção do Consórcio Baixo Iguaçu, responsável pelas obras na região, para a negociação das indenizações das famílias atingidas pela construção.
Três pessoas foram presas e pelo menos uma ficou ferida durante a reintegração. Os presos foram liberados após assinarem um termo circunstanciado na delegacia. A PM-PR negou que tenha iniciado o confronto com o grupo. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, houve uma tentativa de negociação antes. O conflito teria tido início quando manifestantes desrespeitaram a ordem da polícia para liberar a passagem no local. Eles teriam jogado pedras nos policiais. A partir disso, os militares, conforme a PM, teriam reagido com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Hoje, uma equipe da PM ainda permanecia no local, para evitar um novo bloqueio por parte dos agricultores. A assessoria de imprensa não quis divulgar o efetivo envolvido na operação. De acordo com o órgão, a quantidade de policiais enviada para a reintegração de posse era a suficiente para cumprir a ordem judicial.
Reassentamento
Diretora do Sindicato da Agricultura Familiar de Capanema, a agricultora Ireny Antunes acompanhou o caso e calculou entre 12 e 15 equipes policiais no local, além de um ônibus com militares. Após 50 anos na mesma propriedade rural, ela é uma das moradoras da região que terão que ser reassentadas por causa das obras da usina. Segundo ela, não houve violência por parte dos agricultores. “Foi uma ignorância o que fizeram. Eram todas pessoas humildes, trabalhadoras, sem armas”, comenta.
Ela relata que os manifestantes estavam se revezando no bloqueio desde o início da semana. A iniciativa, explica, foi tomada depois que as negociações com o Consórcio Baixo Iguaçu pararam de avançar. “Ninguém mais veio conversar com a gente e a obra está bem adiantada. O caderno de preços que eles nos passaram é muito baixo, não é suficiente. Quando marcamos reunião para conversarmos, eles não vão”, diz.
O Consórcio Baixo Iguaçu é formado pela Neoenergia e a Copel. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do consórcio, mas não obteve retorno do posicionamento a respeito da situação.
As obras da usina devem atingir famílias de municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques, Nova Prata do Iguaçu, Planalto e Realiza.
Agressão
De acordo com a Polícia Militar de Capitão Leonidas, dois funcionários da empreiteira que está construindo a usina registraram boletim de ocorrência nesta sexta-feira (9) relatando terem sido agredidos na saída da balsa, em Capitão.
Eles teriam sido rendidos e agredidos por um grupo de pessoas. O carro deles foi jogado no rio e o gerador de energia e a guarita da balsa incendiados. A PM ainda não tem informações sobre a identidade dos agressores.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora