O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), anunciou na tarde deste sábado (14) que o abastecimento de água de Governador Valadares, cidade de 265 mil habitantes, será restabelecido em breve.

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O anúncio foi feito em entrevista à imprensa, na tarde deste sábado (14), ao lado do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, da prefeita Elisa Costa (PT) e do deputado federal Leonardo Monteiro (PT).

Segundo Pimentel, a previsão é que na segunda-feira (16) a água comece a chegar às torneiras de parte dos consumidores. Depois disso, pode levar de quatro a cinco dias para que a pressão seja suficiente para distribuí-la a todos os imóveis do município.

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O governador disse que as medidas emergenciais para atender a população valadarense, como os caminhões-pipa e a distribuição de galões de água, já começaram a surtir efeito. O município teve o abastecimento de água interrompido no último domingo (8), quando a água do rio Doce começou a ficar mais turva com a aproximação da lama proveniente das barragens da Samarco que se romperam em Mariana (MG) no dia 5.

A água que chegará à casa dos consumidores virá de duas fontes: o próprio rio Doce, do qual a cidade dependia exclusivamente para o abastecimento, e o rio Suaçuí Pequeno.

Segundo Pimentel, laudos da Copasa (companhia de saneamento de MG) indicaram a possibilidade de tratar a água do rio Doce na cidade. Paralelamente, serão feitas obras para captação emergencial no rio Suaçuí Pequeno.

O ministro Gilberto Occhi informou que a Samarco, que pertence à Vale e à BHP Billiton, enviará à cidade uma estação móvel de tratamento de água, com capacidade para 120 litros de água por segundo. A empresa também custeará as obras de uma nova estação de tratamento de água, que será captada em outro rio, o Suaçuí Grande, disse a prefeita Elisa Costa.

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O diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Omir Quintino, explicou que o tratamento da água será feito com um tipo mais eficiente de coagulante, o polímero de acácia negra, que funciona decantando com mais rapidez os metais presentes na água, como ferro e alumínio, para o fundo dos reservatórios.

Quintino disse que a água será submetida a uma “retrolavagem” -ou seja, passará por tratamento quantas vezes for necessário antes de ser distribuída à população.

O Comitê de Gestão de Crise permanecerá atuante pelo prazo necessário, segundo a prefeita. “É preciso mudar completamente a nossa relação com a água e o meio ambiente. É preciso pensar no futuro, temos que ter uma relação de responsabilidade. Já estávamos com falta de água devido à crise hídrica, agora precisamos cuidar das matas, recuperar áreas degradas, proteger as nascentes.”