A água do Rio Tietê ficou preta e pastosa na manhã desta quinta-feira (27), e assustou os moradores de Salto, no interior de São Paulo. Também foi registrada a morte de uma quantidade ainda não calculada de peixes na região. "Parecia petróleo, tamanha a solidez da água, mas eram materiais particulados (sólidos em suspensão), que reduziram o nível de oxigenação e mataram os peixes", afirmou o secretário de Meio Ambiente de Salto, João De Conti Neto.
Segundo ele, a poluição foi causada por materiais sólidos, acomodados no fundo do rio, que se soltaram e foram arrastados pelas chuvas, causando o fenômeno. No entanto, havia a suspeita de que a abertura de comportas de barragens tenha causado a suspensão dos materiais e levado uma grande quantidade de sujeira rio abaixo - elas teriam sido abertas para evitar inundação em São Paulo, distante 80 km de Salto.
As comportas seriam das barragens de Santana de Parnaíba e de Pirapora do Bom Jesus, administradas pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE).
A última vez que um fenômeno semelhante aconteceu foi há 12 anos Na época, o Ministério Público aplicou multa na EMAE, cujos recursos foram usados em uma cooperativa de reciclagem de materiais.
Outro lado
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) informou que a mudança da cor da água é um fenômeno natural, causado pelas fortes chuvas "que promoveram o carregamento de resíduos dispostos no solo, em corpos dágua afluentes e no próprio leito do rio pela correnteza".
Segundo a companhia, é um processo recorrente quando há chuvas intensas, especialmente após períodos de estiagem. Já a EMAE afirmou que "a operação das barragens sob sua responsabilidade é feita de acordo com as regras vigentes para o controle das vazões".
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