O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira (22), que algumas mortes por policiais são inevitáveis e negou que tenha diminuído os programas para reduzir letalidade policial

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Conforme a Folha mostrou nesta terça, as três medidas mais diretas para reduzir o número de mortes em confrontos com policiais foram extintas ou funcionam de forma insuficiente.

O número de pessoas mortas por policiais no Estado de São Paulo, segundo a Ouvidoria de Polícia, cresceu 17% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado.

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De acordo com Alckmin, nenhum programa foi desativado. Ele destacou que uma medida de abril exige, em casos de confrontos com a PM seguidos de morte, a presença do comandante da área e da corregedoria da polícia. Depois da edição da medida, segundo o governador, houve redução de 15% da letalidade.

O número bate com o divulgado pela Corregedoria na segunda (21), levando em conta apenas as mortes em confronto e ignorando os dados de agosto, que são contestados pela Secretaria de Segurança Pública.

Considerando os números de agosto divulgados pela Corregedoria, a redução de mortes em confrontos desde abril foi de apenas 5,36%. No total de mortes, incluindo homicídios dolosos dentro e fora de serviço, além de confrontos, houve um aumento de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o governador, 320 policiais foram presos até julho, e 306 foram expulsos.

Alckmin sugeriu, porém, que algumas mortes são inevitáveis.

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“O ideal seria ter letalidade zero. Mas você tem também criminosos fortemente armados, inclusive com metralhadoras, com armamento importado, com fuzil. Eu fui visitar no Hospital das Clínicas uma policial militar que tomou um tiro de fuzil na cabeça”, disse.

De janeiro a agosto, 38 policiais militares morreram no Estado, dentro e fora de serviço.

Fundação Casa

A quinta fuga de internos em uma das unidades da Fundação Casa em apenas oito dias também foi comentada pelo governador. Segundo ele, a empresa que cuidava da segurança da instituição faliu, e a guarda ficou por conta dos funcionários da própria fundação até que outra companhia seja contratada. Enquanto isso, disse, a Polícia Militar auxilia a segurança.

O governador afirmou, ainda, que há mais jovens internados do que o necessário.

“O Rio de Janeiro tem 1.200 internos. Minas Gerais, mil. Então São Paulo deveria ter 2.000, deveria ter no máximo 3.000. Como é que tem 10 mil?”

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De acordo com Alckmin, há uma resolução do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que proíbe a detenção do adolescente que for pego com drogas pela primeira vez. Ele afirmou que isso não é seguido pela Justiça estadual.

“Aqui em São Paulo, internam todos. Nós recorremos, só ganhamos no STJ. Porque já tem uma súmula do STJ. Só que [o recurso] leva um ano. Aí ele [o menor] ficou um ano, um ano e meio [preso] sem necessidade.”