Policiais civis e militares mataram 571 pessoas entre 1º de janeiro e 31 de agosto de 2015 no Estado de São Paulo. O número é 17% maior do que o dos oito primeiros meses do ano passado. De acordo com a Ouvidoria da Polícia de SP, é o maior índice desde 2006.
O número surge em meio às investigações da chacina de agosto em Osasco e Barueri, que deixou 19 mortos. A principal hipótese é que os ataques tenham partido de policiais, em retaliação à morte de um PM uma semana antes.
Depois de 37 dias dos assassinatos, só há um suspeito preso, cuja acusação se sustenta em testemunha contestada pela justiça. Contudo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (21) que as investigações não estão paralisadas.
“Não adianta apresentar uma denúncia que, depois, na Justiça, cai”, disse o governador. “[A investigação] está sendo feita com muita cautela para simplesmente não denunciar, mas você ter todas as provas periciais que levam à denúncia”, completou.
Segundo o governador, não há fatos que liguem a chacina de agosto com a do fim de semana, que deixou quatro adolescentes mortos em Carapicuíba. “Não descartamos nenhuma hipótese. Também não há nenhum fato que comprove [a ligação entre as duas chacinas]. A gente deve aguardar um pouco, a polícia está agindo com firmeza para comprovar os fatos.”
Rota
Alckmin afirmou, ainda, que a mudança de comando da Rota, batalhão de policiamento ostensivo da PM, menos de sete meses depois da última troca, é um procedimento normal.
“Essa mudanças são normais, de acordo com a estratégia da polícia esses cargos de alto comando sempre estão sendo mudados”, afirmou. “É norma da Secretaria de Segurança Pública quando entender necessário fazer substituições.”
O governador comentou também um relatório do Tribunal de Justiça que mostra que as audiências de custódia revelaram pelo menos 277 casos de tortura ou agressões a presos por parte de policiais. O levantamento foi divulgado nesta segunda pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
“O Ministério Público não apresentou nenhuma denúncia nesses últimos oito meses. E nenhum juiz também abriu inquérito para apurar. Nós somos o maior interessado. Agora, é comum, às vezes, o preso alegar [tortura], porque às vezes ele utiliza isso [como defesa].”
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