A alimentação exclusiva com leite materno durante os seis primeiros meses de vida da criança é recomendada por pediatras e pela Organização Mundial de Saúde como forma de garantir a proteção do bebê contra doenças. Mas há outro fator importante ligado a essa prática. Filhos amamentados por esse tempo têm menor risco de virarem crianças, e depois adultos, obesos.
"O aleitamento materno é uma maneira importante de evitar a obesidade em crianças", lembra o pediatra Fábio Ancona, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por ocasião do Dia Mundial de Combate à Obesidade, celebrado neste sábado (11).
"Quando a criança é amamentada, ela recebe a quantidade de calorias que o organismo dela precisa não a que a mãe acha que ela precisa", explicou Ancona ao G1. "Isso é essencial para a regulação do metabolismo do bebê. O corpo aprende o quanto de energia ele precisa absorver para dar conta dos seus gastos de energia", diz o médico.
Quando qualquer pessoa consome mais calorias do que o seu corpo gasta de energia, elas são armazenadas em forma de gordura. "É uma equação simples", afirma Ancona. "E na primeira vez que o corpo começa a armazenar gordura, sempre que ela se perder, as células vão mandar um aviso para o cérebro que diz: você precisa comer mais", explica. É por isso que o combate à obesidade é algo que dura uma vida inteira.
Genética
Existem dois tipos principais de obesidade. O primeiro é a obesidade "exógena", ou seja, que tem causas "fora" do organismo: o consumo calórico excessivo e a falta de atividade física. O segundo é a obesidade "endógena", causada por algum outro problema do corpo, como uma falta de equilíbrio hormonal ou alguma doença.
Para saber a diferença é simples. "Cerca de 95% dos casos de obesidade é exógena", afirma Ancona. Mas há sinais de alerta para o outro tipo. Se você faz regime e exercícios e não perde peso, ou se ganha muita gordura de repente, vale a pena procurar um médico.
Para os 95% que fazem parte do primeiro grupo, é preciso levar em conta que a obesidade tem um importante componente genético, mas não é imbatível. "A pessoa precisa saber que ela vai ter que reeducar sua alimentação para a vida toda e que vai ter que fazer exercícios regularmente para sempre", diz o médico. Ou seja, não adianta fazer um regime este mês e voltar a comer como antes mais tarde.
Doenças associadas
Quem não se dispõe a fazer essa mudança paga um preço caro. A obesidade está ligada a uma série de doenças que podem levar à morte. Ela aumenta a hipertensão e os problemas cardíacos, além de causar diabetes e ser um importante fator de risco para a maioria dos tipos de câncer.
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