O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação recomendaram ontem que estudantes com sintomas de gripe evitem retornar às aulas até estarem completamente restabelecidos. A medida deve evitar a contaminação de estudantes por colegas que viajaram a àreas com alta incidência do vírus. O governo federal chegou a cogitar adiar o início das aulas em alguns municípios brasileiros, mas decidiu manter o cronograma. Mesmo assim, as escolas curitibanas Anjo da Guarda e Trilhas decidiram adiar em uma semana o retorno.
Diretora da escola Trilhas, Maria Inês Galvão diz que a direção do estabelecimento decidiu pelo adiamento após conversar com um médico que fará treinamento com os professores sobre a gripe A. Previsto para do dia 27 de julho, o retorno será somente dia 3 de agosto. "Sabemos que isso não vai resolver, mas pode minimizar o contágio. As crianças que viajaram terão uma semana de quarentena". Além disso, serão instalados equipamentos de álcool em gel em todas as salas. A reportagem tentou contato com a direção da escola Anjo da Guarda, mas não obteve retorno.
Como os sintomas da gripe A e os da gripe comum são parecidos, o Ministério da Saúde alerta que pais, professores e diretores devem estar atentos. A recomendação é que as orientações médicas sejam seguidas e que as crianças sejam encaminhadas aos postos de saúde assim que apareçam os primeiros sintomas, como febre, tosse, dores de cabeça e dores musculares. É importante sempre lavar as mãos, não compartilhar objetos pessoais e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
O diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirma que o adiamento das aulas não é solução para conter a disseminação do vírus da gripe A (H1N1). "A partir do momento em que foi declarada a pandemia, cada vez menos se utilizam essas medidas de contenção, como prolongar as férias", diz.
O chefe do serviço de infectologia do Hospital Evangélico, Sérgio Penteado, diz que como a letalidade do vírus H1N1 é semelhante à do vírus da gripe comum, não há necessidade de uma medida tão ampla. "O importante é trabalhar com a prevenção. Mas entendo as escolas, porque ninguém quer fazer parte das estatísticas".
A rede estadual de ensino retomou suas atividades na última quarta-feira. A Secretaria de Estado da Educação e a Secretaria de Estado da Saúde encaminharam para os núcleos regionais um material explicativo que será distribuído aos professores, pais e alunos. A Secretaria Municipal de Educação de Curitiba decidiu adiar o retorno às aulas em um dia. As atividades na rede municipal voltam em 4 de agosto.
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