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Mesmo o governo estadual considerando como farsa os atos de vandalismo registrado no Colégio Estadual Vila Ajambi, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, o local ainda sofre com a ação dos bandidos. Os cerca de mil alunos permanecem sem aulas. E, para melhorar o aspecto do colégio, a comunidade passou a terça-feira (25) limpando os estragos.

Nesta quarta-feira (26), os professores promovem duas aulas especiais, uma pela manhã e outra à tarde, com a intenção de conscientizar os alunos em relação a problemas com vandalismo. O objetivo da direção do colégio é achar uma solução para que os alunos não fiquem sem aulas. Para isso, segundo o professor Vanderlei Souza, que há 10 anos leciona no Ajambi, será convocada uma reunião, na quinta-feira (27) à noite, com a direção do Ajambi, Polícia Militar, a Associação de Pais, Mestres e Funcionários do colégio, com representantes de Núcleos Regionais e da Secretaria Estadual de Educação; e com o Sindicato de Professores e Funcionários da rede estadual de Ensino do Paraná (APP).

A assessoria da Secretaria de Educação afirmou que será enviado, no fundo rotativo do mês de maio (verba destinada mensalmente aos colégios) um valor a mais para que sejam colocadas grades no colégio e para que sejam instalados alarmes. A assessoria adiantou ainda que a merenda, destruída pelos vândalos, está reservada e logo que o Ajambi esteja em condições de receber os alunos, será enviada.

Além da limpeza, foi necessário montar um esquema emergencial de segurança. O vigilante desempregado, Jovano da Silva Oliveira, de 33 anos, não tem filhos estudando no colégio. Mesmo assim se comoveu com a história e se ofereceu para ficar durante a noite na vigília da escola.

Posição do governo

O governador Roberto Requião afirmou que foi "armação da imprensa" a ação de vândalos no Colégio Estadual Ajambi, no domingo. Os estragos no colégio foram citados pelo governador durante a reunião do secretariado, "a escolinha de governo", da manhã desta terça-feira no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. O secretário de Educação, Maurício Requião, esteve na reunião, mas nada falou sobre o assunto.

Em vez de anunciar alguma atitude para evitar novas ações, afinal esta foi a quarta vez que o Ajambi, por falta de segurança, foi invadido somente neste ano, Requião culpou novamente a imprensa. "Hoje de manhã eu abri a Gazeta do Povo e vi a foto. Colocaram uma cadeira em cima da mesa, abriram meia dúzia de gavetas e tiraram a foto. Coisa de um jornal mentiroso e desmoralizado", disse Requião, continuando os insistentes ataques ao jornal e sugerindo que houve uma montagem de cenário para tirar a foto.

A resposta do colégio foi imediata, dura e no mesmo nível da acusação. "Se o Requião está duvidando dos estragos causados pelo vandalismo, ele (Requião), todos os deputados e vereadores estão convidados para vir até o colégio para, com os próprios olhos, avaliar o que ele chamou de meia dúzia de gavetas abertas", retrucou indignado o professor Vanderlei Souza.

"Se isso não for suficiente, peço para os pais de alguns alunos, que filmaram o estado em que ficou o colégio, a fita para mandar para o governador". "Pelo jeito", disse Souza, "nós teremos que brincar de ser educadores, assim como eles brincam de ser políticos".

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR), Ricardo Medeiros, condenou a declaração do governador Roberto Requião de que a imprensa teria armado reportagens sobre vandalismo ao Colégio Estadual Ajambi. (Clique e leia matéria completa)

Investigações

A Polícia Civil de Almirante Tamandaré prendeu na segunda-feira dois suspeitos acusados de terem participado do arrombamento: um adolescente e Edemilson Borges Camargo, de 19 anos, que tem passagens por roubo, furto e lesões corporais. De acordo com o superintende da Delegacia de Almirante Tamandaré, Jurandir Mulizini, mais um jovem é suspeito de ter participado do crime.

Protesto

Em protesto contra a violência, as escolas públicas estaduais da Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, fazem um ato nesta quarta-feira, a partir das 10 horas, em frente ao Colégio Estadual Anita Canet, no bairro das Nações.

Galeria de fotos: Veja imagens de como ficou o colégio após vandalismo.

Assista na reportagem em vídeo como ficaram as duas escolas

Ainda na escolinha: Requião afirma que votação do nepotismo foi uma farsa e culpa novamente a imprensa

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