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DOCÊNCIA

Alunos e professores da UFPR protestam contra cortes em programa de bolsas

Com cartazes, manifestantes se concentraram na escadaria do Prédio Histórico | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Com cartazes, manifestantes se concentraram na escadaria do Prédio Histórico (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Professores e alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram no final da manhã desta quinta-feira (15) uma manifestação contra o corte no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). Eles reclamam da diminuição do número de bolsas concedidas pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2015 e temem que as bolsas sejam extintas em 2016. O protesto foi coordenado com outras manifestações pelo Brasil.

Criado há sete anos pelo governo federal, o Pibid concede bolsas para que alunos de graduação e professores de universidades (particulares e públicas) e de colégios do ensino básico participem da formação de docência dos novos profissionais da educação. O programa insere os alunos de graduação no ensino básico público – escolas estaduais e municipais – para que os estudantes tenham contato com o cotidiano dos alunos.

Com o corte das bolsas, muitos alunos tiveram que deixar os programas na universidade. Cada aluno de graduação recebe uma bolsa de R$ 400.

Prejuízo

De acordo com a coordenadora institucional do Pibid na UFPR, Joanez Aires, o programa é importante para melhorar a formação dos futuros professores. “Em 23 anos de professora, esse é o primeiro programa que vejo que realmente está melhorando a formação dos professores”, afirma. Na UFPR, segundo ela, 70 bolsas para alunos foram cortadas de 2014 para 2015. Atualmente, a universidade trabalha com 520 alunos, 80 professores de escolas públicas e 40 docentes da UFPR contemplados pelo auxílio.

O curso de Ciências Sociais foi um dos afetados. De três grupos que recebiam o auxílio, cada um com 14 bolsas, um foi cortado dos investimentos do Pibid. A professora Simone Meucci, coordenadora do Pibid em Sociologia do curso, acredita que isso possa impactar a evasão. “Hoje, quando um aluno ingressa em Ciências Sociais, já vai para o Pibid. Os alunos do primeiro ano vão diretamente para o Pibid, e isso reduz a evasão. Vamos ter um panorama desse impacto no ano que vem, com os novos alunos”.

Das seis escolas de Curitiba que contavam com o programa, duas (Colégios Leôncio Correia e Pedro Macedo), deixaram de ter alunos do curso. Outros quatro colégios da cidade permanecem com o programa de Sociologia.

MEC nega redução de bolsas

De acordo com a assessoria de imprensa da Capes, não houve variação no número de bolsas concedidas entre 2014 e 2015: foram 72,8 mil bolsas de iniciação à docência; 5,6 mil para coordenadores e 11,7 mil para supervisores. Já os recursos destinados ao Pibid tiveram redução: em 2014, foram de R$ 431,5 milhões; já nesse ano, o montante reservado ao programa foi de R$ 431,1 milhões, uma redução de 8%.

No Paraná, 17 instituições de ensino superior recebem recursos do Pibid. Ao todo, são 6.739 bolsas em vigência no momento. A instituição que mais recebe recursos é a Universidade Estadual do Paraná (1.066), seguida pela Universidade Estadual de Londrina (950) e pela Universidade Federal do Paraná (714). Há também 578 escolas públicas da educação básica contempladas pelo Pibid.

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