Quatro horas após o início do protesto dos estudantes da rede pública paulista contra a reestruturação anunciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), mascarados tentaram derrubar nesta quinta-feira, 15, o portão do Palácio dos Bandeirantes e invadir o local pelo portão 2, destinado a visitantes. Eles subiram no muro do palácio e atiraram latas e garrafas. Também utilizaram um tronco no ataque. A polícia, que estava posicionada atrás da guarita principal, reagiu e lançou bombas de gás contra o grupo.
O protesto começou às 8h, no Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, com a intenção de caminhar até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo Alckmin. Após se concentrarem, os alunos fizeram uma assembleia por volta das 9h30, em que foi aprovado o trajeto até o Palácio dos Bandeirantes passando pela Marginal do Pinheiros. Os estudantes começaram a caminhar às 10h e bloquearam totalmente o sentido Vila Olímpia da Avenida Brigadeiro Faria Lima. Depois, na Avenida Morumbi, o bloqueio aconteceu nos dois sentidos da via, que, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), registrou 1 km de congestionamento dos dois lados.
Chegando ao Palácio dos Bandeirantes, os alunos encontraram um outro grupo, formado por estudantes e professores. Ao longo do percurso, um dos gritos mais ouvidos foi: “Se a minha escola fechar / a cidade vai fechar / mas se os alunos se unirem / o Geraldo vai cair”. O protesto seguia tranquilamente até os mascarados aparecerem. A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes.
Desde que a reestruturação - que prevê a separação dos ciclos por escola (ensino fundamental 1, 2 e ensino médio) - foi anunciada pelo secretário de Educação, Hermann Voorwald, alunos, pais e professores começaram a temer o fechamento de diversas unidades no estado. Muitos disseram já ter recebido a confirmação por diretores de que as unidades se encerrariam, o que é negado pela secretaria.