O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (16) que os alunos podem ser responsabilizados por eventuais casos de vandalismo nas escolas ocupadas em protesto à reorganização da rede estadual de ensino. De acordo com a Secretaria Estadual da Educação, foram registrados furtos e depredações em 42 unidades desocupadas. A autoria dos delitos ainda é desconhecida.
Desde que suspendeu a reorganização da rede, Alckmin afirma repetidamente que os alunos não têm mais motivos para permanecer com as ocupações. A expectativa do governador é que os estudantes deixem todas as unidades até o fim de semana. “Quem não acabar está dando um péssimo exemplo, colocando em risco o patrimônio público e pode ser responsabilizado por tudo que desaparecer na escola. Não tem nenhuma razão mais: é uma coisa sem causa”, afirmou.
No auge das manifestações, São Paulo chegou a ter 196 escolas ocupadas. Hoje, são 55, segundo último balanço da Secretaria da Educação. Apesar de o número vir decaindo, alguns grupos de estudantes argumentam que os protestos são para “revogar” a reforma na rede de ensino - e não “suspender”, conforme anunciou o governador.
Um mapeamento feito pela secretaria em 26 escolas desocupadas aponta prejuízos estimados em R$ 566,8 mil. A pasta diz que os danos estão sendo avaliados nas demais. Os alunos têm afirmado que criminosos aproveitaram a fragilidade das ocupações para cometer crimes.
A Escola Estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio, em Osasco, na Grande São Paulo, é a que custará mais aos cofres públicos. Com o telhado destruído, todas as portas arrombadas, dezenas de vidros e lâmpadas quebrados, além de impressora e micro-ondas danificados, a reposição destes materiais deve ficar em R$ 350 mil.
A Escola Presidente Salvador Allende Gossens, na zona leste, também terá prejuízo alto: R$ 70 mil, de acordo com a secretaria. Salas de aula, laboratório de informática, salas da direção e coordenação, cozinha, banheiros e cantina foram alvo de vandalismo. Também foram quebrados portões, portas, carteiras e cadeiras, que ficaram espalhados pela unidade.
Outra unidade cuja reforma será custosa é a Francisca Lisboa Peralta, também em Osasco. A pasta estima os gastos em R$ 50 mil, pela perda de holofotes e 200 lâmpadas estragadas, bomba de água danificada, além de materiais furtados.
Além disso, a reportagem apurou que na Escola Moacyr Campos, em Aricanduva, zona leste, dois computadores foram furtados da sala de leitura e algumas fechaduras, quebradas. O prejuízo é de cerca de R$ 4 mil.