O planejamento e a execução de ações de crescimento sustentável para a Amazônia deveriam ser tão prioritários para o governo quanto a exploração do petróleo nas recém-descobertas reservas da camada do pré-sal. A reclamação foi feita nesta quarta-feira (3) pelo coordenador da Campanha de Florestas do Greenpeace, Marcio Astrini.
O que a gente gostaria de ver é essa mesma empolgação com relação Amazônia, que é um mundo sem fim e ainda inexplorado que o Brasil poderia explorar, apontou.
Astrini criticou a falta de ações mais diretas e específicas para aproveitamento do potencial científico e econômico da região, se explorada de forma sustentável.
O que a gente gostaria de ver é a Amazônia não só servindo como tema de debate ambiental e de manifestações, mas de ver um plano do governo dizendo o seguinte: aqui nessa região da Amazônia, nós vamos desenvolver a extração de madeira responsável, aqui nessa região vamos ter o desenvolvimento de pesquisa e, nessa outra, de ecoturismo, por exemplo, listou em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
O Greenpeace realizou nesta quarta uma manifestação para entregar a representantes do governo um relatório com dados e imagens de queimadas registradas no período da seca em áreas próximas BR-163, no Pará, e no norte de Mato Grosso.
A organização pede o fim do desmatamento ilegal na região que, segundo Astrini, corresponde a mais de 90% da retirada de cobertura florestal da região, ou seja, menos de 10% da madeira derrubada obedece planos de manejo ou é retirada com autorização.
A floresta tem muito a oferecer ao país, mas se permanecer em pé não desmatada da forma como está sendo. Uma hora ela vai acabar e a extinção não tem volta, afirmou.
Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam queda do desmatamento da floresta em julho. No entanto, a consolidação dos dados da devastação entre agosto de 2007 e agosto de 2008 deverá ser superior aos anos anteriores.
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