Primeira obra paga com recursos do potencial construtivo será licitada até o fim do ano
Leilões de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da Linha Verde arrecadaram apenas um oitavo do que custarão as intervenções na região
Para o economista Paulo Sandroni, consultor em assuntos de desenvolvimento urbano e professor da FGV, a avaliação do sucesso de uma operação urbana leva, pelo menos, dez anos. "Nas de São Paulo, como a Faria Lima, também houve pouco interesse no começo. Mas que as coisas [em Curitiba] estão complicadas e poderiam andar muito melhor, isso dá para dizer." Na opinião de Sandroni, além do preço alto dos certificados (que saltaram de R$ 200 para R$ 325 de um leilão para outro), uma explicação para a baixa procura seria o traçado pouco atraente da Operação Urbana Consorciada (OUC) ao mercado imobiliário. "A impressão é que deixaram de fora um pedaço que seria pretendido pelos empreendedores", especula.
A professora de Urbanismo da UFPR Gislene Pereira pondera que o problema não é o preço dos Cepacs, mas a existência de potencial construtivo gratuito em outras áreas. Para ela, a Linha Verde não pode ser tratada de maneira estanque. "Este seria o momento para se repensar a distribuição desse potencial na cidade toda e orientar os investimentos privados para onde for de interesse público. Isso pode significar reduzir potencial de algumas áreas, para tornar mais atraentes aquelas onde se quer induzir a ocupação."
Segundo o Ippuc, o sucesso dos leilões nada tem a ver com o traçado físico da OUC. O arquiteto e urbanista do órgão, Reginaldo Reinert, reforça que o "desenho" da operação urbana leva em conta áreas passíveis de transformação por isso, empreendimentos como UFPR, Hospital Erasto Gaertner, Jockey Clube foram excluídos da área de abrangência. "A gente tira daqui alguns pedaços que fariam o perímetro ser mais constante e precisa equilibrar essas áreas em outros locais. Essa ondulação na forma [do traçado], é uma espécie de compensação pelas áreas subtraídas."
Maior
Reinert recorda que o projeto urbanístico para a Linha Verde é muito maior e deve levar algumas décadas para ser concluído. "A ideia está no Plano Diretor de 1965. Num primeiro momento estamos domesticando a Linha Verde, depois queremos devolver a superfície às pessoas, com as transposições revertidas em grandes praças públicas."
Gisele Medeiros recorda que a implantação do setor estrutural levou 40 anos. "A Linha Verde não vai se consolidar da noite para o dia." Nesse sentido, ela reforça que a revisão em curso, dentro do processo de discussão do Plano Diretor, é mais relativa à aplicabilidade da lei da Operação Urbana. "Estamos discutindo pequenos ajustes para facilitar a utilização do Cepac dentro da legislação."
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