O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputado estadual André Vargas classificou a denúncia da ex-funcionária da legenda como "estapafúrdia, infundada e como sendo uma armação política da oposição". E acrescentou: "A denúncia não é verdadeira. Ela precisa ser provada e evidenciada".
A ex-funcionária, Soraia Garcia, acusou o deputado de viabilizar o dinheiro de um suposto "caixa dois", no valor de R$ 6,5 milhões na campanha à reeleição do prefeito Nedson Micheleti (PT), no ano passado.
Vargas adiantou, nesta sexta-feira (29), que irá colocar à disposição seu sigilo fiscal e bancário à Justiça. "Quero a apuração total, isenta, sem receio e pré-julgamento desta denúncia", disse.
"Caixa dois"O deputado afirmou que nunca ouviu falar em "caixa dois" e afirmou que o PT estadual solicitou aos candidados, em 2004, que fizessem "campanhas econômicas, sem showmícios, sem gastar demais". Ainda de acordo com Vargas, Micheleti declarou à Justiça Eleitoral R$ 1,3 milhão com gastos de campanha.
"O Antônio Belinati (na época PSL e no momento em processo de filiação ao PP) fez vários showmícios e declarou à Justiça R$ 130 mil. Nós declaramos dez vezes mais que ele. E a única ajuda vinda do PT nacional foi 20 mil camisetas. Para ter uma idéia, numa campanha de vereador em Londrina é gasto uma média de R$ 130 mil", contabilizou.
Além disso, informou que "até hoje cidades como Curitiba e Ponta Grossa, entre outras, estão devendo em virtude da campanha de 2004". Vargas não soube informar o montante da dívida.
Belinati rebateO ex-prefeito Belinati informou que sua campanha, em 2004, foi "pobre e miserável. Tanto é que no início tivemos problema até para abrir conta no banco por causa da falta de dinheiro", contou.
Sobre o valor declarado, Belinati disse que não lembra o valor correto. Além disso, desmentiu a realização de showmícios. "Teve apenas quatro shows com bandas locais, com baixo custo. Não trouxemos nenhum artista".
O ex-prefeito concluiu dizendo que a campanha do PT, em comparação com as dos demais candidatos, foi um "massacre financeiro".
Soraia GarciaO deputado André Vargas comentou também que conheceu Soraia há 20 dias e que durante a campanha de Micheleti apenas ouviu falar dela. "Eu só conheci, porque ela veio me pedir emprego. Ela queria um cargo na prefeitura ou no meu gabinete", relatou.
O presidente estadual do PT conclui dizendo que não tem conhecimento das contas da campanha, da doação de uma rede de supermercados, citada por Soraia, e que participou de todas as campanha do estado apenas politicamente. "Estive presente em caminhadas, reuniões e nada mais. Participei politicamente", finalizou.
Ministro Paulo BernardoO ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também foi acusado pela ex-funcionária do PT de viabilizar os recursos ilegais. A assessoria do ministro informou, em nota, na tarde desta sexta-feira, que o ministro apoiou a reeleição de Micheleti, porém não participou da administração da campanha, mas que acredita firmemente que a mesma foi conduzida dentro dos parâmetros estabelecidos na lei eleitoral
Além disso, a nota esclarece que Paulo Bernardo nunca conversou com senhora Soraia Garcia, nem antes nem depois da campanha, e finaliza dizendo que repudia veementemente as insinuações caluniosas que tentam envolver seu nome em supostas irregularidades na captação de recursos para a campanha do atual prefeito e que tomará as providências legais cabíveis".
Confira a entrevista com o prefeito de Londrina Nedson Micheleti sobre a denúncia
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