São Paulo A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota ontem demonstrando preocupação pelo fato de investigações da Polícia Federal terem tido como conseqüência a quebra do sigilo telefônico da Folha de S.Paulo.
Um dos telefones da Sucursal de Brasília do jornal, instalado no comitê de imprensa da Câmara dos Deputados, teve o seu sigilo quebrado em meio às investigações sobre o dossiê antitucano.
O pedido de quebra feito pela PF à Justiça, no dia 24 de setembro, incluiu ainda outros 168 números telefônicos, entre eles o do aparelho celular profissional utilizado por uma repórter da Folha de S.Paulo.
Segundo a ANJ, "nunca é demais lembrar que o sigilo da fonte é parte essencial do livre exercício do jornalismo, conforme determina a Constituição".
"As investigações policiais, necessárias para averiguar crimes, não podem levantar suspeitas sobre suas motivações nem colocar em risco o direito à privacidade dos cidadãos", completou a nota da entidade.
Defesa
Em Brasília, o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, disse que o delegado Diógenes Curado cumpriu o "papel de investigador ao pedir à Justiça a quebra de sigilo de linhas telefônicas que mantiveram contato com pessoas envolvidas na negociação de um dossiê contra políticos tucanos.
Lacerda disse que, apesar do instrumental que a PF possui, ainda não conseguiu "ter uma bola de cristal para saber de quem é esse ou aquele telefone.
Desconhecimento
Em Cuiabá, o juiz Marcos Alves Tavares, da 3.ª Vara Federal de Cuiabá (MT), e que na época da quebra de sigilo era o substituto da 2.ª Vara Federal, onde corre o processo do dossiegate, disse, por meio da assessoria de imprensa da Justiça Federal, desconhecer que dois telefones da Folha de S.Paulo tiveram o sigilo quebrado na investigação.
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