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Ano letivo de 2016 das escolas ocupadas só vai terminar em fevereiro, diz governo

Alunos do Colégio Estadual Ângelo Volpato, em Santa Felicidade, em Curitiba, prestaram apoio aos professores grevistas. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Alunos do Colégio Estadual Ângelo Volpato, em Santa Felicidade, em Curitiba, prestaram apoio aos professores grevistas. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Dificilmente as escolas estaduais ocupadas por estudantes terminarão o ano letivo de 2016 em dezembro. Quadro reforçado pela greve dos professores, iniciada nesta segunda-feira (17), que reivindica cumprimento do acordo que pôs fim à greve de 2015. Naquela ocasião, o governo aprovou na Assembleia escalonamento do reajuste salarial do funcionalismo até 2017. Pela legislação, em janeiro de 2017 seria paga aos servidores a inflação deste ano mais 1%. Entretanto, o governo Beto Richa diz não poder cumprir o acordo, com risco de o estado entrar em colapso.

“Se não encontrarmos alternativa para reposição esse ano, há grande possibilidade de as aulas se prolongarem para fevereiro de 2017”, ressalta a secretária de Estado de Educação, Ana Seres.

Mesmo que haja permissão de transformar os 200 dias letivos em 800 horas de aula - o que permitiria, por exemplo, ter dois dias de aula em um, de manhã e à tarde -, a maior parte das escolas sem aula nas últimas semanas dificilmente terá recursos humanos e materiais para isso até 31 de dezembro.

Além disso, os professores têm direito a um mês de férias em janeiro e a 30 dias de recesso, distribuídos durante o ano. Por causa das paralisações de 2015, o calendário já contava com aulas até 21 de dezembro. Em 534 escolas ocupadas, o governo decretou recesso de cinco dias, com reposição de 22 a 28 de dezembro. Mas, principalmente nas escolas paradas por mais de uma semana, onde é impossível repor no contraturno, os alunos terão aulas em fevereiro caso queiram concluir o ano. “Vamos tentar repor as aulas o quanto antes, analisando as possibilidades de cada escola, principalmente para os alunos que precisam concluir o ensino médio para ingressar na universidade”, explica Ana Seres.

O movimento Ocupa Paraná registrou até segunda ocupação de 600 escolas, o equivalente a 27,8% das 2.153 unidades da rede estadual. Já a greve dos professores, segundo a Seed, paralisou 5% das escolas totalmente e 18% parcialmente. Os números não são confirmados pela APP-Sindicato, entidade que representa os professores, que ainda não tem balanço das unidades paradas. “Contabilizamos 1.150 escolas funcionando normalmente, entre as que não foram ocupadas e os professores não entraram em greve”, diz a secretaria de Educação.

Só o Paraná pagou reajuste esse ano. E tem sindicatos que instigam suas categorias. Se fazem isso aqui, nos outros estados, matariam os governadores?

Beto Richa governador do Paraná.

Vamos trabalhar para aumentar a adesão. O comando de greve vai visitar as escolas para expor a pauta. A intenção é chegar a 100%.

Hermes Leãopresidente da APP-Sindicato.

Greve

APP-Sindicato garante que a paralisação foi encampada por metade da categoria, 30 mil professores. O governo, por sua vez, não diz quantos servidores pararam. “Vamos trabalhar para aumentar essa adesão ao longo da semana. O comando de greve vai visitar as escolas para expor a pauta. A intenção é chegar a 100%”, afirma o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.

Já o governador Beto Richa voltou a criticar o sindicato. Durante evento com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, na manhã de segunda, Richa considerou intransigente o posicionamento dos professores que entraram em greve. “O Paraná foi o único estado a pagar o reajuste neste ano e não foi pouco. Pagamos 10,67%. E tem sindicatos que ainda instigam suas categorias. Se fazem isso aqui, imagina o que fariam em outros estados. Matariam os governadores?”, provocou o governador, referindo-se a estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que vêm enfrentando dificuldades para pagar os servidores.

Richa e a secretária Ana Seres se encontrarão nesta terça (18) com o ministro da Educação, Mendonça Filho, para apresentar as reivindicações de professores, pais e alunos contra a proposta de reforma do ensino médio propostas por emenda.

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