Em nova audiência de dissídio coletivo, realizada no Tribunal Regional do Trabalho na manhã desta terça-feira (3) entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest) e o Hospital de Clínicas e Fundação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Bruel, sugeriu que a greve dos 916 trabalhadores do Funpar que atuam no HC fosse declarada abusiva.
No entanto, a desembargadora Ana Carolina Zaina irá aguardar a efetiva declaração do movimento para tomar uma decisão sobre o assunto. Dessa forma, a greve marcada para esta quarta-feira (4) está mantida pelo sindicato, bem como um ato público no pátio da Reitoria contra a adesão do HC à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O Conselho Universitário irá definir também nesta quarta (4), a partir das 9 horas, a adesão do hospital à Ebserh. O sindicato garante que irá manter 50% do quadro Funpar trabalhando.
Bruel afirmou que "não houve qualquer fato novo que justifique a deflagração de greve". "Único motivo teria sido a submissão da proposta de adesão à Ebserh ao Conselho Universitário", disse o procurador.
A desembargadora ressaltou que o Conselho Universitário tem autonomia para decidir sobre a adesão do HC à Ebserh e destacou que por meio do dissídio coletivo é possível as partes entrarem em acordo para a manutenção do quadro da Funpar no HC. Ela lembrou ainda que a ação civil pública que determinava a demissão dos trabalhadores da Fundação está suspensa. Cautela Ana Carolina Zaina afirmou que o Sinditest deve rever "com redobrada cautela" a deliberação de ingressar em greve nesta quarta-feira.
A desembargadora lembrou ao sindicato que, dentro da negociação coletiva, já foi assumido o compromisso de proteção dos contratos de trabalho da Funpar, principal reivindicação da categoria, e que a paralisação poderá comprometer atividade essencial à saúde pública.
Também ainda não venceu o prazo dado à UFPR 19 de junho para apresentação de uma proposta que assegure os contratos dos trabalhadores da Funpar compromisso igualmente assumido pela Ebserh caso o Conselho Universitário decida pela adesão à estatal.
O sindicato defende que a Ebserh não é a única forma de reposição dos servidores do HC. Além disso, a categoria afirma que não há garantia de emprego dos trabalhadores da Funpar com a adesão à estatal. O advogado do Sinditest afirmou que "o modelo não contempla os anseios da categoria".