Os trabalhadores do Hospital de Clínicas (HC) contratados pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) vão retomar a greve na próxima quarta-feira (4), a partir das 7 horas. A nova paralisação foi decidida em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (30), que, de acordo com o Sinditest-PR, representante da categoria, reuniu 200 funcionários.
Esta é segunda greve no ano deflagrada pelos trabalhadores do HC contratados via Funpar. No dia 19 de maio eles cruzaram os braços, mas interromperam o movimento um dia depois, após receberem propostas da UFPR durante reunião na Justiça do Trabalho. O Sinditest afirma que 50% dos 916 funcionários da Funpar continuarão com os trabalhos. Isso é reflexo de uma determinação do Tribunal Regional do Trabalho para que os serviços considerados essenciais no HC não sejam interrompidos, sob risco de multa de R$ 30 mil diários.
A paralisação da próxima semana é motivada, principalmente, pela intenção da UFPR em integrar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), um órgão público criado em 2011 pelo Ministério da Educação (MEC) para assumir a gestão de 46 hospitais universitários do país. O sindicato teme que com uma eventual adesão que precisa da aprovação do Conselho Universitário, todos os funcionários contratados pela Funpar sejam demitidos. A Reitoria da universidade já se posicionou afirmando que o contrato com a Ebserh será de cogestão e assumiu o compromisso da manutenção desses trabalhadores no quadro do hospital por pelo menos cinco anos.
No dia 20 de maio, a ação civil pública que prevê a demissão destes trabalhadores chegou a ser suspensa por 30 dias. O trato foi de que, nesse meio tempo, a UFPR teria de apresentar uma solução que crie novas vagas, mas também tente preservar os funcionários.
Na semana passada, a UFPR disse que iria propor a Ebserh para que fosse formalizado em contrato um prazo para que os funcionários da Funpar continuem atuando no Hospital de Clínicas.
Além do repúdio à integração do HC com a Ebserh, os trabalhadores também pedem a suspensão da ação civil pública das demissões por sete anos, e que a UFPR considere uma cláusula de aposentadoria que pede que, após estes sete anos, funcionários a menos de três anos de se aposentar não sejam demitidos.
O Sinditest notificou no início da tarde desta sexta-feira (30) a Reitoria da UFPR, a direção da Funpar e a direção do Hospital de Clínicas e solicitou que no máximo até segunda-feira (02) seja entregue as escalas de trabalho para que seja ajustado o modo de funcionamento do HC durante a greve.
No dia 5 de junho está programado um ato público contra a adesão da universidade e do HC à Ebserh. As atividades devem começar perto das 8h30 no pátio do prédio da Reitoria da UFPR.