| Foto: Henry Milleo/Gazetea

A paralisação parcial do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana, que começou à zero hora desta terça-feira (1º.), afetou a circulação de 15% da frota, segundo levantamento apontado pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc). A greve atingiu linhas operadas pelo Consórcio Pioneiro, único com empresas que, segundo os trabalhadores, não havia pago integralmente o 13º salário da categoria até o fim da madrugada.

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Das empresas que fazem parte do consórcio e que tiveram veículos inoperantes pela manhã estão Viação Cidade Sorriso, CCD, Tamandaré (matriz e filial), Campo Largo e Araucária. Em três delas (Sorriso, Araucária e CCD), motoristas e cobradores decidiram voltar ao trabalho pouco que constataram a efetivação dos pagamentos pendentes. Por isso, aos poucos, a quantidade de linhas prejudicadas começa a diminuir na capital.

Pano de fundo da greve é o impasse sobre o custo do sistema

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Por volta das 11 horas, teve início no Ministério Público do Trabalho (MPT) mais uma audiência para tentar pôr um fim à greve. Assim como nesta segunda, a reunião desta terça também ocorre a portas fechadas.

Em meio à paralisação, na manhã desta terça-feira (1º.), o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, disse que o aumento muito grande nos custos da manutenção do serviço pode gerar aumento no preço da passagem. “A tarifa do transporte coletivo vai aumentar”, afirmou ele durante entrevista coletiva no MPT, antes do início da audiência.

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Catraca livre e atrasos

Os protestos dos motoristas e cobradores nesta terça-feira não se resumiu só à paralisação parcial da frota. No terminal do Pinheirinho, em Curitiba, os acessos ao interior do terminal foram liberados aos passageiros, ou seja, a catraca ficou livre.

No local, linhas mais “agitadas”, como os expressos Pinheirinho (que liga o terminal à praça Rui Barbosa) e Pinheiro-Carlos Gomes tinham operação normal, segundo passageiros e agentes da Urbs. Uma ou outra linha dos chamados alimentadores não estava funcionando, como a linha Rio Negro. O ligeirinho Pinheirinho-Santa Cândida também saía normalmente do terminal, que não teve menor fluxo de passageiros por causa das notícias de greve.

Surpreso com a entrada liberada no terminal, o técnico de enfermagem Maurício José Toledo disse que estava preparado para encontrar o espaço “às moscas” e disse que achou justo o protesto em forma de catraca livre. “É uma forma de protesto também. Acho direito deles [motoristas e cobradores], mas o importante é não prejudicar demais a população”, declarou.

Assim como o terminal do Pinheirinho, a entrada em algumas estações-tubo também não era cobrada nesta manhã. As estações-tubo Ouro Verde e Santa Regina sentido Pinheirinho foram liberadas. Ao lado, as estações José C Bettega e a seguinte, Pedro Gusso, não tinham cobradores em nenhuma das direções.

Nos terminais do Portão, Santa Cândida e Boa Vista, as operações funcionavam sem prejuízo, embora com alguns ônibus a menos na frota do biarticulado Santa Cândida - Capão Raso.

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Atrasos também foram registrados no terminal do Cabral. Por volta das 8h30, os ônibus do município de Tamandaré ainda estavam fora de horário. A linha mais afetada pela greve foi o articulado Tamandaré-Cabral. Por causa dos atrasos constantes, painéis eletrônicos da Urbs traziam a seguinte informação: “Atenção, usuários! Informamos que algumas linhas poderão sofrer atraso devido greve parcial de operadores”

Sem circulação

Sem ônibus liberados, a linha expressa “ligeirão” Boqueirão, que é mantida pelas empresas Tamandaré e Sorriso, não operou no início da manhã. Apenas a linha, também expressa Boqueirão, (que não para em estações selecionadas, mas sim em todos os pontos entre o terminal e a praça Carlos Gomes) seguiu em operação, embora com veículos “emprestados” e com saídas em espaço de tempo maior do que o comum.

No terminal do Boqueirão, a reclamação era do atraso nos terminais da região metropolitana, que prejudicam as conexões em Curitiba. Moradora de Fazenda Rio Grande, a empregada doméstica Marli Aparecida da Silva deveria ter começado no trabalho às 7h30, mas só conseguiu chegar ao terminal pouco antes das 9 horas. “Minha patroa deve estar preocupada”, comenta, ansiosa. Passageiros também pontuam atrasos no terminal Vila Angélica, em Araucária.