O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), recebeu por volta das 13h deste sábado (22) o grupo de cinco educadoras dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) para negociar o fim do protesto delas. O grupo, ligado ao do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), havia se acorrentado ao corrimão da entrada do Palácio 29 de Março, sede da prefeitura da cidade por volta das 21h30 desta sexta-feira (21), quando iniciaram também uma greve de fome. A manifestação era para forçar uma reunião com o prefeito e negociar as reivindicações da categoria, em greve há cinco dias.
Depois de aproximadamente uma hora de conversa, ficou acertado que serão retomadas as negociações entre representantes da prefeitura e do sindicato para estudar os impactos financeiros da proposta de reduzir a jornada de trabalho dos educadores em CMEIs, de 40 para 30 horas semanais. A assessoria de imprensa do Sismuc informou após o encontro que essa negociação estaria condicionada ao fim da greve. Uma assembleia dos educadores acontece a partir das 15h deste sábado para decidir os rumos da paralisação.
"É uma decisão (reduzir a jornada de trabalho) que não pode ser tratada como um simples ato de vontade. É preciso responsabilidade para avaliar o impacto, que terá efeito permanente", disse o prefeito Gustavo Fruet durante a reunião, segundo o site da prefeitura de Curitiba. Não foi possível conversar com um das cinco representantes do Sismuc após o encontro com o prefeito.
Também participam da reunião os secretários da Educação, Roberlayne Borges Roballo; de Governo, Ricardo Mac Donald Ghisi; e de Recursos Humanos, Meroujy Cavet; e o superintendente da Secretaria de Recursos Humanos, Christian Luiz da Silva.Acorrentadas
Os educadores reivindicam, principalmente, a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, o que a aproximaria da carga horária praticada pelo magistério nas escolas municipais. Participaram do protesto em frente à prefeitura Irene Rodrigues, diretora do Sismuc; Ana Paula Cozzolino, coordenadora do sindicato; Fabiula Rizzardi (CMEI Vila Real); Poliana Silva (CEMEi Xaxim); e Alessandra Oliveira (CMEI Vila Torres).
Na sexta, a prefeitura publicou nota no qual afirma que o atendimento à pauta de reivindicações dos educadores traria um custo de R$ 200 milhões anuais, o que inviabilizaria outros investimentos na área. A informação foi rebatida por educadores. "Estamos negociando desde maio do ano passado e, no final do ano, eles nos disseram que a redução da carga traria um custo de 72 milhões. Como podem divulgar que agora seriam R$ 200 milhões", disse Fabiula.
Outra informação da prefeitura rebatida pelos grevistas foi a de que apenas sete CMEIS teriam ficado integralmente fechados na sexta, dia que marcou o quarto dia de greve. "Temos aproximadamente quatro mil educadores efetivamente atuando nos CMEIS e mais de dois mil aderiu ao movimento. Como pode se explica que apenas sete CMEIS ficaram fechados?", indagou Ana Paula. A greve dos educadores do CMEI foi considerada ilegal pelo juiz em segundo grau do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Jefferson Alberto Johnsson na quarta-feira. Em caráter liminar, o juiz estabeleceu multa diária de R$ 80 mil caso a paralisação continuasse. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que representa os educadores, informou que está recorrendo da decisão. Junto às barracas montadas em frente à prefeitura é possível notar cartazes que fazem referência à decisão judicial.
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