Vítima de um acidente de trânsito, um garoto de 1 ano e 4 meses, mesmo ferido, subiu um barranco de 10 metros de altura e caminhou por cerca de 200 metros em uma rodovia estadual escura até ser resgatado por um motorista que passava pela estrada, na noite do último sábado (2).

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"Ele estava todo ensanguentado, sujo, com formigas pelo corpo, em estado de choque", contou o pedreiro Natanael Israel Nunes, que voltava de uma pescaria com dois amigos, e se surpreendeu ao encontrar o garoto caminhando pela rodovia Mamede Ribeiro, que liga o município de Álvaro de Carvalho a Garça, no interior de São Paulo.

"Fui até a cidade tirando as formigas e limpando a terra e sangue que havia no corpo dele", contou Leandro Soares Bastos, que estava com Natanael e levou o menino no colo até a Polícia Militar de Álvaro de Carvalho.

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"Ele não falava nada. Estavam mudo, sem conseguir responder o que a gente perguntava. Estava em estado de choque", contou Tânia Lopes, conselheira tutelar que atendeu a ocorrência. "Pensávamos que se tratava de um caso de violência contra a criança, pois o garoto tinha um corte profundo nas costas. Jamais imaginávamos que fosse um acidente", disse o cabo da PM Tiago Peixoto de Souza, que atendeu a ocorrência e levou o garoto até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade de Garça, onde a criança foi atendida.

Depois de uma hora e meia, chegou à polícia a informação de que havia um pai, vítima de um acidente automobilístico ocorrido na mesma rodovia, procurando pelo filho. "Foi quando ligamos os fatos e constatamos que o menino era uma das vítimas do mesmo acidente", diz Tânia.

O pai do garoto, Anderson Tadeu Dias, perdeu a consciência e ficou preso nas ferragens do carro, um VW Voyage, que havia capotado e caído em uma ribanceira. A cadeirinha de Miguel foi arremessada para fora do veículo, mas mesmo ferido, ele conseguiu subir o barranco e caminhar pela rodovia por cerca de 200 metros, com o corpo coberto por uma mistura de terra e sangue, até ser resgatado.

"Ele perdeu muito sangue e foi um guerreiro para subir aquele barranco, que é alto e íngreme, ainda mais à noite", disse o PM. "Havia uma curva próxima, tenho por mim que, se ele continuasse caminhando, poderia sofrer um acidente", contou Natanael, que viu o garoto caminhando no acostamento da pista contrária. "O acostamento ia acabar na curva e poderia ser atropelado por algum veículo", contou Natanael.

A família do menino mora na fazenda Paraguaçu, em Álvaro de Carvalho, a menos de 500 metros do local do acidente. Dias tinha saído com o filho para fazer compras e, quando voltava para casa perdeu o controle do veículo e caiu na ribanceira. Apesar do susto e ferimentos, pai e filho foram liberados e passam bem.

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