| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Após a Justiça Federal determinar a reintegração de posse dos nove prédios ocupados da Universidade Federal do Paraná (UFPR), estudantes do movimento não colocaram em pauta a liberação das estruturas durante assembleia geral realizada na noite desta terça-feira (22). O descumprimento da decisão judicial pode resultar em multa de R$ 500 por hora. Os alunos ainda não teriam recebido a reintegração de posse por meio de oficial de justiça. A primeira ocupação na UFPR, no prédio da Reitoria, teve início em 24 de outubro.

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Apesar de não votarem pela desocupação dos prédios tomados – oito em diferentes campus da universidade em Curitiba e um no litoral, os estudantes se mostraram preocupados com os desdobramentos jurídicos da reintegração de posse. Eles aprovaram a proposta encaminhada pela Comissão de Negociação com a Reitoria, para que seja realizada nesta quarta-feira (23) uma reunião emergencial com a direção. O objetivo é obter maiores esclarecimentos sobre a decisão judicial e solicitar que a representação indicada na intimação judicial faça referência ao CNPJ do Diretório Central Acadêmico (DCE) e não a estudantes isolados.

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A medida busca evitar a criminalização dos participantes do movimento. Os ocupantes também reforçaram que são contrários à reintegração e que cada grupo tem autonomia para decidir o rumo de suas ocupações, embora as tratativas devam acontecer junto à Comissão de Negociação com a Reitoria.

Outro assunto que permeou a assembleia foram discussões sobre o calendário estudantil, a criação de um comando nacional para tentar barrar a PEC 55 em Brasília e críticas à União Nacional dos Estudantes (UNE).

Desmobilização

O cansaço frente às ocupações também foi abordado durante a assembleia dos estudantes da UFPR. Alunas que participam da ocupação no prédio de Terapia Ocupacional e Enfermagem, no Jardim Botânico, comunicaram que devem deixar o local nesta quarta-feira (23). A decisão teria sido tomada devido à falta de integração de outros estudantes ao movimento no local. A ocupação, segundo as estudantes, estaria sendo mantida com apenas cinco alunas, sendo apenas duas aos fins de semana. O grupo agora deve se juntar a outras ocupações.