Delegacia de Colombo registrou fuga de presos no domingo| Foto: Marco André Lima / Tribuna do Paraná

A fuga

A rebelião deste domingo começou na hora em que a comida dos presos era entregue. Agentes da Polícia Civil fazem rondas na região em busca dos fugitivos. Até o fim da tarde de domingo (11), ninguém tinha sido recapturado. O agente Eliel Schimerski Santos morreu devido aos ferimentos. O investigador Diego Elieser Almeida e o agente Benedito Rodrigues dos Santos ficaram feridos, de acordo com o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol).

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Velório do agente

O velório de Eliel Schimerski Santos ocorre nesta manhã na Igreja Assembléia de Deus, na Rua Pedro Gorski, 483, no Jardim Ursula, em Colombo. O enterro está marcado para as 14 horas desta segunda-feira (12), no Cemitério Colônia Faria, na mesma cidade.

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Setenta presos foram transferidos da Delegacia de Colombo para a Casa de Custódia de Piraquara (CCP) neste domingo (11). A retirada ocorreu depois que dois detentos fugiram da delegacia e causaram a morte de um agente de cadeia. Outro agente ficou ferido, além de um policial que estava na delegacia na hora do tumulto.

A informação foi repassada pelo titular da Delegacia de Colombo, Erineo Sebastião Portes. Ele disse que um terceiro detento que tentou fugir foi recapturado na hora, no pátio, e precisou ser hospitalizado. Há ainda mais um preso no hospital, mas este não tinha nada a ver com a tentativa de fuga. Ele apenas estava na galeria quando tudo aconteceu e por isso ficou ferido.

Conforme Portes, dois presos fugiram, dois estão hospitalizados e outros 10 continuam na Delegacia de Colombo nesta manhã de segunda-feira (12). Eles ficaram em um cubículo diferente daqueles no qual ocorreu o tumulto. A decisão foi tomada pelo delegado para que uma investigação interna seja feita a respeito de como ocorreu de fato a fuga.

"Não posso adiantar nada, nós estamos investigando. A delegacia hoje volta à rotina normal. No nosso dia-a-dia, estamos esperando uma situação dessas. É a rotina da Polícia. Alguém pode chegar louco lá, matar alguém, pode acontecer qualquer coisa. Vamos entrar na normalidade, a delegacia vai funcionar normalmente", declarou.

Anteriormente, a Sesp havia informado que tinham sido transferidos 82 presos para a PEP, mas o número foi corrigido pelo delegado titular da Delegacia de Colombo.

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Transferências

A rebelião fez o governador Beto Richa (PSDB) determinar a transferência dos presos custodiados das delegacias metropolitanas e da capital para o sistema penitenciário do estado. A medida, no entanto, apenas reforça o plano conjunto que já tinha sido anunciado três meses atrás entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp), da Justiça (Seju) e da Vara de Execuções Penais (VEP). O pacto prometia transferir todos os detentos de distritos policiais, começando pela capital. As delegacias da região metropolitana, porém, têm registrado frequentemente casos de superlotação.

No dia 17 de abril, a Gazeta do Povo visitou as sete unidades que, pela promessa do governo estadual, não deveriam mais ter presos desde o dia 19 de fevereiro. As celas de duas delas, do 12.º DP, em Santa Felicidade, e do 9º, no Santa Quitéria, estavam vazias. As demais, juntas, tinham quase 200 presos – alguns deles já condenados.

Em nota divulgada na tarde de domingo, o governo estadual informou que o processo estaria acontecendo de modo escalonado, mas foi adiantado por causa da fuga. "A determinação do governador é pela imediata retirada dos presos das delegacias, a começar por Colombo", diz o documento.

Fugas

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Em janeiro, 15 presos já haviam conseguido fugir da delegacia de Colombo, que fica no centro da cidade. Na época, 100 detentos estavam em um local que comporta apenas 24, sendo que alguns já haviam sido condenados e deveriam ter sido transferidos a presídios. Não há informações sobre o número de presos atual da delegacia.

O plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Seju) e Vara de Execuções Penais (VEP) anunciado em fevereiro prometia transferir todos os detentos de distritos policiais. As delegacias da região metropolitana, porém, têm registrado frequentemente casos de superlotação.

Em abril, depois de presos da delegacia de São José dos Pinhaisaparecerem com sarna, a informação era de que os distritos metropolitanos seriam esvaziados logo depois que o trabalho fosse finalizado na capital. Mas o processo ainda deve demorar, já que, segundo mostrou reportagem da Gazeta do Povo, a transferência estaria atrelada à reforma no 11.º Distrito e criação de mais vagas na Penitenciária de Piraquara.