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O delegado Silva Pereira deixou a carceragem do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba, após pagar fiança de R$ 10 mil | Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo
O delegado Silva Pereira deixou a carceragem do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba, após pagar fiança de R$ 10 mil| Foto: Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo

O delegado Silva Pereira pagou os R$ 10 mil de fiança arbitrada pela Justiça de Colombo, região metropolitana de Curitiba, para sua soltura e ganhou liberdade na noite desta segunda-feira (28). Ele estava preso desde julho acusado de ter participado de sessões de tortura contra os quatro homens suspeitos de terem assassinado Tayná Adriane da Silva, de 14 anos. Silvan era titular da Delegacia de Alto Maracanã, para onde os acusados inicialmente pelo crime teriam sido levados e onde teriam ocorrido as primeiras sessões de tortura.

Outros nove policiais suspeitos do mesmo crime também tiveram suas prisões revogadas, mas irão recorrer da fiança por não ter condições financeiras de arcar com o valor. A informação é de André Luiz Romero, advogado que inicialmente defendia nove dos dez policiais, mas que agora também atuará em favor de Pereira - em conjunto com Cláudio Dalledone, defensor do delegado desde que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou os agentes públicos pelo suposto crime cometido contra o quarteto.

Pereira estava detido no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Os demais estão presos na Delegacia de Furtos e Roubo de Veículos (DFRV), na Vila Izabel, em Curitiba.

Os policiais estavam detidos desde a primeira quinzena de julho, quando a Justiça decretou as prisões preventivas de 16 dos 21 denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Apesar de revogar as prisões preventivas, a Justiça condicionou a soltura ao pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil e determinou aos policiais o cumprimento de medidas cautelares, como o afastamento deles da atividade policial, o comparecimento bimestral em juízo e a proibição de se ausentarem por mais de dez dias da cidade onde residem. Além disso, eles estão proibidos de qualquer aproximação com os quatro homens supostamente torturados.

Na decisão, a juíza Aline Passos argumentou não ver mais razões para manter os policiais presos, "uma vez que as supostas vítimas foram incluídas no programa de proteção às testemunhas e os réus são servidores públicos, com residência fixa, e veem colaboraram com a Justiça". A magistrada citou ainda a possibilidade "constrangimento ilegal" aos acusados por conta do enorme lapso temporal transcorrido desde a prisão sem que o caso fosse solucionado.

Dalledone celebrou a decisão da juíza. "Foi uma decisão tardia, mas justa. Não havia argumentos para manter essas pessoas presas, quando os reais matadores de Tayná estão protegidos por lei", argumentou o defensor, referindo-se aos quatro funcionários do parque de diversões de Colombo inicialmente acusados do crime.

Logo após crime contra Tayná, cometido no dia 25 de julho, o quarteto preso chegou a confessar o homicídio. Dias depois, porém, os homens foram soltos alegando terem confessado o assassinato sob tortura. Por conta disso, eles acabaram incluídos no Provita - um programa de proteção a testemunhas.

A autoria do crime continua sob investigação. No último dia 10, o delegado Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios (DH), pediu ao MP-PR a prorrogação do prazo para investigar o caso.

Gaeco

Procurado, o coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti - que comandou a investigação da tortura contra os então suspeitos, não quis comentar a soltura dos policiais.

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