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crise no funcionalismo

Após paralisação, escolas estaduais reduzem turnos no Rio Grande do Sul

Um dia após a paralisação do funcionalismo estadual contra a decisão do governo José Ivo Sartori (PMDB) de parcelar o pagamento dos salários dos servidores, professores e policiais civis e militares continuam mobilizados e articulam uma greve geral a partir do próximo dia 18.

As escolas estaduais estão funcionando em horário reduzido. Já os policiais civis continuam em operação padrão – boletins de ocorrência só são feitos com a presença de um delegado e nenhum policial faz plantão sozinho. Com isso, o atendimento nas delegacias tem sido mais lento.

Já os policiais militares, que na segunda-feira só atenderam situações de emergência, decidiram nesta terça que só vão usar veículos com IPVA em dia e com equipamentos regularizados.

Devido à crise econômica, somente servidores que ganham até R$ 2.150 receberam integralmente no último dia 31. Os demais funcionários públicos, cerca de 43% do total, receberão em mais duas parcelas, em 13 e 25 de agosto, quase na data do pagamento de agosto.

Segundo os sindicatos das categorias, a paralisação parcial deve continuar até 18 de agosto, quando uma greve geral será votada pelos servidores.

Apesar dos turnos escolares reduzidos, o CPERS (Centro dos Professores do RS) orientou os professores a utilizarem o tempo ao final das aulas para as chamadas “Aulas de Cidadania” e liberem os alunos apenas no horário regular. As “Aulas de Cidadania”, segundo o sindicato, buscam esclarecer aos alunos sobre os motivos da paralisação.

“A gente precisa fazer com que a sociedade compreenda a gravidade dos projetos que o governo encaminhou e ainda vai encaminhar. Não se trata apenas de garantir nossos direitos”, diz Enio Manica, diretor de educação do CPERS.

“O governador não fez nada efetivo, por isso apresentamos sugestões. Mas ele quer poder dizer que não tem saída e, então, privatizar para ter recursos. Tudo que poderia fazer, não fez”, diz o diretor.

Em todo o Estado, familiares de militares têm feito protestos em frente aos quartéis. Segundo a Abamf (Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar), como os policiais são proibidos de fazer greve, o envolvimento das famílias é importante.

“Como os brigadianos ficam impedidos de protestar contra injustiças, as esposas e filhos estão na rua defendendo a dignidade da família”, diz Leonal Lucas, presidente da Abamf, em nota.

Crise econômica

Na noite de segunda (3), o governador concedeu coletiva de imprensa onde mais uma vez pediu compreensão aos servidores. “Tinha muita gente que não acreditava até hoje, ou até sexta-feira [quando foi divulgado o parcelamento], que essa seria a necessidade que tínhamos [parcelar salários]”.

O governo enviará um pacote de aumento de impostos e privatizações para aprovação dos deputados.

Desde que assumiu, em janeiro, Sartori atrasa repasses à saúde e a fornecedores para priorizar o pagamento do funcionalismo. Para a folha de julho faltaram, segundo o governo, R$ 360 milhões.

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