Desde a última terça-feira (13), quando foi preso sob acusação de ter participado da execução de um suspeito, o delegado Rubens Recalcatti foi removido da chefia da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, da Polícia Civil do Paraná. Assim que a prisão foi decretada, ele foi transferido para o Grupo Auxiliar de Recursos Humanos da corporação. Em breve, o delegado pode entrar em licença.
“Encontra-se em trâmite um pedido de licença-prêmio, válida por 90 dias”, diz trecho da nota, emitida na tarde desta terça-feira (20), pela Polícia Civil.
Recalcatti foi posto em liberdade na tarde segunda-feira (19) por força de uma liminar a um pedido de habeas corpus, concedida pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Em entrevista coletiva concedida à noite, ele classificou a prisão de “midiática” e “abusiva” e negou participação no crime.
Ele é acusado de ter participado da execução de Ricardo Geffer, suspeito de ter matado o ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari – primo de Recalcaltti. O delegado, no entanto, assumiu que vinha investigando assassinatos na Região Metropolitana, apesar de esta não ser sua jurisdição. Além disso, Recalcatti era delegado da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, enquanto homicídios são investigados pelas delegacias das respectivas comarcas ou municípios, ou pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Paralisação
Apesar de Recalcatti ter sido solto, delegados e policiais civis mantiveram a intenção de promover uma paralisação na quarta-feira (21). O presidente da Associação dos Delegados do Paraná (Adepol-PR), Ricardo Noronha, disse que apenas casos de flagrantes ou de urgência serão atendidos. A categoria também deve fazer uma manifestação em frente à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), no bairro Vila Izabel, em Curitiba.
Sobre a paralisação, a Polícia Civil informou que “tomou conhecimento do movimento de apoio organizado por policiais civis”, mas destacou que “espera que as manifestações das entidades de classe não causem prejuízo à população e seja mantido o respeito às instituições”.
Policiais presos
Além de Recalcatti, outros sete policiais civis e um homem que acompanhava a equipe também foram presos. Eles continuam detidos na carceragem da DFRV.
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