Até o fim da manhã desta quinta-feira (29), 68 dos 132 presos que ocupavam a carceragem da delegacia de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, durante a rebelião de quarta-feira (28) haviam sido transferidos, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Desse total, 20 foram encaminhados para o Centro de Triagem II, em Piraquara, também na região metropolitana, enquanto 48 foram distribuídos nas delegacias de Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais.

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Durante o motim, por meio do qual os detentos reivindicavam melhorias nas condições das celas, principalmente com relação à alimentação e à superlotação, houve danos em parte da estrutura da cadeia. Ninguém ficou ferido. Segundo a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o local tem espaço para 28 pessoas, mas comportava quase cinco vezes a capacidade de presos.

Alguns presos conseguiram fugir das celas, mas foram contidos pela porta que separa a área da carceragem dos outros setores da delegacia, de acordo com a Polícia Militar (PM). Os policiais pediram então reforço do Batalhão de Choque e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). No total, cerca de 70 policiais foram deslocados até o local para conter os presos.

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A Sesp afirmou ainda na quarta-feira, por meio de nota, que seriam transferidos 75 do total de presos que estavam na carceragem. Segundo a secretaria, nesta quinta-feira o delegado de Campo Largo, Voltaire Garcia, já pediu a transferência de outros sete presos, mas, para isso, aguarda a abertura de vagas no sistema carcerário da região metropolitana de Curitiba, o que pode acontecer até o fim do dia.

Essa foi a segunda rebelião na região de Curitiba neste mês – no dia 10, um preso morreu e outros três ficaram feridos durante uma insurgência no 11º Distrito Policial, na Cidade Industrial de Curitiba. Na ocasião, a Sesp não cumpriu o compromisso de desativar a caceragem no prazo prometido.