Locomotiva histórica fica em Londrina até 30 de setembro, ao menos| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

A retirada da locomotiva histórica La Meuse 101 de Londrina, no Norte do Paraná, foi adiada. Em reunião, na manhã desta segunda-feira (24), representantes da cidade conseguiram convencer membros do Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan) em Curitiba, mais uma vez, a adiar a retirada da máquina, que está instalada na frente do Pronto Atendimento Infantil (PAI). Pelo acordo, a manobreira fica em Londrina ao menos até 30 de setembro.

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A remoção da máquina de 110 anos estava marcada para esta terça-feira (25), pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). A entidade obteve do Iphan a posse sobre vários bens ferroviários e não abre mão de usar a máquina à vapor belga em passeios turísticos na capital. O guincho, que já havia sido contratado pela ABPF, retornou à capital após a decisão.

No encontro, o grupo também estabeleceu uma série de reuniões técnicas para discutir o destino da manobreira e da locomotiva americana Baldwin 840, já restaurada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e instalada no pátio do Museu Histórico Padre Carlos Weiss. A UEL também já havia formalizado, no primeiro semestre do ano, a intenção de receber, recuperar e manter no Museu a manobreira belga.

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Desde que o Jornal de Londrina divulgou que ambas máquinas poderiam ser retiradas da cidade, representantes do Museu Padre Carlos Weiis, da UEL, da Secretaria Municipal de Cultura, da Sociedade Amigos do Museu (SAM) e deputados iniciaram uma série de investidas contra a decisão.

“O Iphan e a ABPF pressionaram muito para retirar a manobreira o mais rápido possível de Londrina”, contou o deputado estadual Tercílio Turini (PPS), um dos parlamentares engajados na causa e que esteve na sede do Iphan nesta segunda-feira (24). Conforme o deputado, os diretores do Iphan se dispuseram a participar de audiência pública para debater o tema.

Indignação dos pioneiros

O destino das locomotivas de Londrina rendeu discursos na sessão da Assembleia Legislativa desta segunda-feira (24). Segundo Turini, o grupo que defende a permanência das máquinas na cidade relatou ao superintendente do Iphan no Paraná José La Pastina o sentimento de pioneiros indignados durante a comemoração dos 86 anos de chegada da primeira caravana a Londrina, celebração que foi realizada no Museu Histórico, no sábado (22).

Um dia antes, comemorou-se 86 anos desde que a caravana liderada pelo agrimensor russo Alexandre Razgulaeff e por George Craig Smith chegou a Londrina, no Ribeirão Três Bocas. Seis anos depois, seria inaugurada a primeira viagem de trem para a cidade. “Frente a tantas ligações de Londrina com a história ferroviária, quem compareceu ao Dia do Pioneiro estava revoltado com a falta de respeito à memória dos londrinenses”, declarou Turini.

Também presente à reunião no Iphan, a secretária de Cultura Solange Batigliana comemorou a decisão, ainda que temporária: “Ganhamos mais tempo para discutirmos o futuro de alguns patrimônios ferroviários que estão em Londrina”, disse. Solange preferiu não responder se a ida da manobreira para Curitiba é uma causa perdida, diante do alinhamento do Iphan com a ABPF.

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A secretária afirmou que a discussão sobre o destino das duas locomotivas pode evoluir para a instalação de uma escola-oficina, com suporte da ABPF, para estruturar o conhecimento local na recuperação e revitalização da história ferroviária local. No dia 10 de setembro, está marcada nova reunião entre a Secretaria de Cultura de Londrina, o Museu Histórico, o Iphan e a ABPF.