O edifício histórico Belvedere, na Praça João Cândido, bairro São Francisco, em Curitiba, voltou a ter uma fachada digna de cartão postal nesta sexta-feira (12). O local estava completamente desfigurado, com portas e janelas arrombadas. O prédio era frequentado apenas por usuários de drogas, que usavam a estrutura como "banheiro". A situação foi mostrada em uma reportagem da Gazeta do Povo, publicada no dia 29 de novembro.
A mudança na fachada ocorreu porque trabalhadores de um projeto chamado "Mãos Amigas", pintaram a parte de fora da edificação. O ponto que era tomado por pichações voltou a ter como destaque a cor azul, como antigamente. Se antes era possível entrar dentro do prédio livremente e perceber que a degradação tomava conta do local, agora as portas e janelas foram encontradas trancadas com cadeados.
A história foi compartilhada em um perfil no Facebook, em uma foto na qual é possível ver dois homens em um cavalete enquanto a pintura está em andamento. Quase 100 pessoas curtiram a postagem e várias delas fizeram elogios à iniciativa em comentários. Quem publicou a postagem foi um amigo do designer Raro de Oliveira, 46. À reportagem, Raro disse que não pertence a nenhum movimento, apenas estava passando por lá e registrou o momento.
"Há alguns meses, vi a situação em que estava o Belvedere e comecei a procurar as autoridades. Fiquei revoltado com o descaso com a situação, aquilo claramente era um local degradado. Acontecia todo o fim de semana a Feira do Largo da Ordem, guardas passavam para cima e para baixo como se não estivesse acontecendo nada." Raro contou que ficou feliz por ter ocorrido um revitalização e alertou para um ato marcado para às 10 horas de domingo, em frente ao prédio, para reivindicar mais atenção ao local pelo poder público.
Prédio deve virar sede da Academia Paranaense de Letras
O prédio Belvedere, tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná em 1966, está na Praça João Cândido, um local que também é alvo de vandalismo. Para tentar fazer com que o prédio fosse mantido conservado, funcionou no local, por dois anos, o Centro Estadual de Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (Centro Pop Rua). A intenção era dar apoio à população que vive nas ruas da capital. Desde junho deste ano, no entanto, o prédio ficou vazio depois que o Centro Pop Rua mudou para o Alto da Glória.
O governo do Paraná, responsável pelo prédio, transferiu então a edificação para a Academia Paranaense de Letras (APL). O Projeto de Lei (465/2014) que prevê a transferência foi aprovado no início de dezembro deste ano e deve passar por sanção ou veto do governador Beto Richa (PSDB) na segunda-feira (15). Segundo o governo, até que a sede seja ocupada, o Belvedere será monitorado eletronicamente durante o dia e, à noite, haverá guardas no local.
Neste domingo, no entanto, haverá um ato em frente ao Belvedere pedindo que ele não seja mais a sede da APL, e que se transforme num aparelho cultural de uso compartilhado. O ato começa às 10h e terá a transmissão de programas de rádio, debates e apresentações culturais.
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