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Noroeste do PR

Após transferências, termina rebelião em Cruzeiro do Oeste

 | Osmar Nunes/Especial para a Gazeta do Povo
(Foto: Osmar Nunes/Especial para a Gazeta do Povo)

A rebelião na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (PECO), no Noroeste do Paraná, foi controlada por volta das 5 horas desta quinta-feira (11), depois que 77 presos tiveram transferências garantidas para outras unidades do estado. As transferências foram finalizadas às 8h40 - quase 18 horas depois do início do motim. Neste mesmo horário, o último refém, um agente penitenciário, foi liberado e o motim foi dado como encerrado.

A informação inicial era de que duas pessoas eram mantidas pelos detentos, mas nesta manhã a Seju confirmou 13 reféns. Fora o agente, havia onze presos condenados por estupro que foram transferidos de Cascavel no mês passado, e mais um ex-agente de cadeia pública que foi preso em Campo Mourão por corrupção. De acordo com a Seju, fora o agente, os demais reféns saíram com ferimentos, porém, sem gravidade.

Segundo a secretaria, das transferências, 43 foram para Maringá, 20 para Londrina, 10 para Piraquara e 4 para Foz do Iguaçu. Um forte esquema de segurança cercou o presídio para evitar a aproximação dos familiares dos presos, que ontem fizeram uma manifestação em frente ao local.

Conforme Valdecir Santana, do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), a rebelião ocorreu em duas alas do presídio e envolveu diretamente cerca de 70 presos. Logo após o início do motim, colchões foram queimados e uma intensa nuvem de fumaça se formou ao redor da unidade. O Sindarspen informou que 60% da estrutura do presídio ficou danificada, o que não foi confirmado pela Seju. A secretaria informou que até o fim da manhã deve divulgar as primeiras informações sobre danos à unidade.

Santana declarou que o motivo da rebelião foi apenas promover um quebra-quebra e teria começado com presos de Cruzeiro do Oeste, depois ganhou o apoio de alguns dos 100 presos transferidos de Cascavel.

Já a Seju disse que o motim pode ter sido liderado por um detento de Londrina, mas o fato ainda não foi confirmado. As investigações do caso também devem apontar se presos transferidos da Penitenciária Estadual de Cascavel – que enfrentou uma das piores rebeliões do estado no mês passado – ajudaram no motim em Cruzeiro do Oeste. Não está descartada a possibilidade de que um agente – que estava em um lugar onde não deveria – tenha facilitado o início do ato. Às 10 horas, a Polícia Militar já tinha iniciado o rescaldo dentro da unidade, para que então as perícias comecem a ser feitas.

Outros pedidos

Além das transferências, os presos também fizeram outras reivindicações de praxe, como melhora na alimentação, maior tempo de visita social e íntima, assistência social e psicológica e progressão de regime. Estes pedidos serão analisados pela Seju e pelo Poder Judiciário.

Sindicato reitera situação caótica em presídios No terceiro caso de rebelião em menos de um mês no estado, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) ressalta as situações caóticas enfrentadas pelos detentos. Depois da grande rebelião em Cascavel, no Oeste do estado, e dos motins em Cruzeiro do Oeste e Guarapuava (separados por apenas três dias), a entidade não descarta que outras unidades – com problemas de superlotação e falta de estrutura para manter os presos – passem pela mesma situação.

De acordo com Antony Johnson, presidente do sindicato, a precariedade mais latente está presente hoje na Penitenciária de Francisco Beltrão e na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu II (PEF II). "Falta tudo para os presos lá. Eles não têm kit higiene, a comida é péssima, e não tem advogado. O preso quer ver o processo andar, mas não tem advogado. Essas unidades estão à beira de uma rebelião", comentou.

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