Os problemas enfrentados pelo setor de transporte de cargas no Brasil não são muito diferentes daqueles verificados nos Estados Unidos. Dirigentes da American Trucking Associations (ATA) participaram do Fórum Volvo de Segurança no Trânsito e apontaram as semelhanças e diferenças entre os dois países. A entidade, formada em 1933, reúne 37 mil empresas que empregam mais de 600 mil motoristas. A ATA realiza fóruns, faz pesquisas permanentes em segurança, defende a concessão de financiamentos e promove o comprometimento da indústria com a segurança.
Dave Osiecki, vice-presidente da entidade, menciona que 90% dos acidentes nos EUA estão relacionados a fatores humanos. Esta é uma semelhança com o Brasil. Mas a idade média da frota norte-americana é de pouco mais de 6 anos. No Brasil, a idade da frota das empresas supera os 15 anos.
O presidente da ATA, Ray Kuntz, que está no cargo há pouco mais de um mês, apontou outro problema enfrentado pelas transportadoras norte-americanas, que também é verificado no Brasil: a dificuldade para contratar motoristas. Ele trata do assunto com propriedade porque é dono de uma empresa especializada no transporte de mobílias e tapetes. Só 8% dos candidatos a motorista são contratados pelas transportadoras nos EUA. A ATA estima que, em 2014, vão faltar 110 mil motoristas no país.
Segundo Kuntz, as empresas norte-americanas estão procurando motoristas entre determinados segmentos. As mulheres, os grupos de minoria étnica e os casais com idade a partir dos 50 anos estão na mira das transportadoras. A única exigência feita ao candidato é que ele saiba ler e escrever. Dave Osieck lembra que o salário médio de um motorista é de US$ 45 mil por ano.
Geraldo Vianna, presidente da NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), confirma a falta de motoristas no Brasil. De acordo com ele, durante muito tempo a "mediocridade do desenvolvimento (econômico)" não exigia tantos profissionais. Agora a situação mudou.(VF)
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