O superintendente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Mário Sérgio Rasera, estima que o terreno no bairro Fazendinha, invadido no dia 6 de setembro, tinha pelo menos 129 mil metros quadrados de vegetação. De acordo com ele, a construtora CR Almeida tinha isenção do Imposto Predial de Territorial Urbano (IPTU) referente ao espaço com cobertura vegetal, com base na legislação municipal que prevê isenção para a manutenção de áreas verdes. "Esse crime ambiental não poderia ter acontecido. A legislação promove alguns benefícios para quem tem áreas verdes. É uma propriedade que tem benefícios", disse Rasera. "A parte desses 129 mil metros quadrados não é tributada."
Laudo
Ontem, o superintendente da Delegacia de Proteção de Meio Ambiente de Curitiba, Celso Gomes Ribeiro, disse que vai aguardar que o levantamento da Secretaria seja concluído. "Esses crimes serão mensurados após a conclusão desse levantamento. A secretaria vai elaborar um laudo com as espécies que foram cortadas", afirmou. Segundo Ribeiro, os proprietários da área e os invasores podem ser indiciados. "A propriedade deve estar devidamente cercada e sinalizada. A primeira medida é o pedido de reintegração de posse. No transcorrer do inqueríto, (o proprietário) terá que provar que tomou essa medida inicial." Ontem à tarde, a Polícia Ambiental Força Verde informou que não havia sido comunicada do caso.
Segundo a Varuna Empreendimentos Imobiliários, a área invadida teria pertencido à CR Almeida devido a uma permuta feita com o município na década de 1970. Naquela época, o grupo CR Almeida teria a posse da área onde hoje fica o Parque Barigüi. O terreno no bairro Fazendinha teria sido dado como permuta.