Cinco Armazéns da Família de cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) foram fechados desde o fim do ano passado. A unidade de Quatro Barras foi a última a fechar as portas, nesta semana. O município decidiu não renovar o convênio firmado com a capital alegando que o valor para manter a unidade ficou "insustentável".
O de Colombo fechou em abril para ser reformado, mas o convênio não foi renovado e também não há previsão de que isso seja feito. A suspeita do secretário de Abastecimento de Curitiba, Aldo Fernando Klein Nunes, é de que a última gestão cobrava menos do que devia para que as cidades tivessem os armazéns.
A suposição partiu da revisão dos contratos feitos com Curitiba, que compra os alimentos e os repassa aos municípios. Segundo Nunes, mesmo sem a atualização dos valores com inflação e outros custos, a conta não fechava. "Eles [a administração passada] cobravam um valor fixo. Não dá pra saber o que não era cobrado", explica.
A lei que cria o Fundo de Abastecimento Alimentar de Curitiba (FAAC) proíbe que o programa gere ônus para Curitiba. Nota divulgada pela prefeitura nesta quinta-feira (15) diz que isso "vinha ocorrendo, sem que gestões anteriores tomassem providências".
O aumento no valor do convênio de Quatro Barras seria de apenas R$ 2,2 mil por mês, diz a Secretaria de Abastecimento. O valor mensal cobrado para cobrir gastos com internet, sistema de informática, transporte de valores e carga e descarga de produtos ficaria em R$ 7,2 mil. A prefeitura da cidade nega que o custo seja tão baixo e diz que o valor chegava e R$ 40 mil por mês para manter funcionários e pagar aluguel.
"Eles tinham cerca de mil atendimentos mensais. Talvez por isso tenham fechado, era de pouco alcance social", diz Nunes. O município diz que atendia 2,8 mil famílias por mês. O alcance social em Colombo também era baixo, segundo o secretário, de 1,1 mil famílias.
Araucária
Os armazéns de Araucária fecharam em outubro do ano passado. O convênio com a prefeitura de Curitiba venceu logo depois, em dezembro, e não foi renovado. Isso porque o município metropolitano tem uma dívida de mais de R$ 1,2 milhão com a capital, acumulada entre 2009 e 2012. Enquanto esse débito não for resolvido, o convênio não pode ser retomado e, por consequência, os armazéns continuarão fechados.