Violência no interior do Paraná
Em menos de um mês foram registrados três crimes violentos no interior do Paraná, contando com o assassinato do casal de professores no sábado.
No dia 8 de junho, o estudante de Medicina, Thiago Franchini da Costa, de 21 anos, foi assassinado a tiros em Maringá (Noroeste), após sair de uma boate.
Em Apucarana (Norte), o chefe do Núcleo Regional de Educação, Roberto de Oliveira Santos, 57 anos, foi morto com oito perfurações de arma branca
Um crime que aconteceu no sábado (23) chocou a população do pequeno município de Coronel Domingos Soares, no Sudoeste do estado. Um jovem casal de professores da rede municipal foi assassinado a tiros, sem chance de defesa. Na segunda-feira (25), as aulas foram suspensas na cidade, em razão do assassinato.
Luiz Ernesto Eilert, de 26 anos, e Elaine de Carli Eilert, 25, estavam em uma moto na Estrada do Travessão, a aproximadamente 2,5 km da cidade de Coronel Domingos Soares, quando foram mortos. Ao todo, foram disparados seis tiros contra o casal, três em Eilert e mais três em Elaine.
Protesto
Os moradores da cidade, que tem aproximadamente 7 mil e 200 habitantes, segundo o site do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), realizaram um protesto na quarta-feira (27) contra a falta de segurança na cidade.
Pelo menos mil pessoas, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, participaram da manifestação. Os moradores pedem também a presença de investigadores na cidade para solucionar os crimes que aconteçam na cidade.
A falta de efetivo policial no município preocupa também os policiais. Segundo o 3.º sargento e comandante do Destacamento da Polícia Militar de Coronel Domingos Soares, Gerson Guerios, somente um policial fica diariamente na cidade. "O efetivo da PM é composto por três pessoas no município. Eu e mais dois, mas somente um fica diariamente na cidade. Como comandante fico em média duas vezes por semana na cidade. Também trabalho na Patrulha Escolar de Palmas (Sudoeste) e como Auxiliar de Oficial de Dia em Pato Branco (Sudoeste)", afirmou o sargento.
De acordo com o oficial, essa situação não é exclusividade do município de Coronel Domingos Soares. "Todos os sargentos da região acumulam funções, em razão do número reduzido de efetivo e da precariedade dos recursos", afirmou Guerios, que cumpre escalas de trabalho diferenciadas nas três cidades em que trabalha.
No município onde aconteceu o assassinato há apenas um escrivão da Polícia Civil. A delegacia de Palmas é que instaurou o inquérito policial para investigar o assassinato. Por enquanto, há poucas provas sobre o crime.
"Estamos começando do zero, não teve testemunhas, porque ali é uma estrada rural. Por enquanto não descartamos nenhuma hipótese", explicou o escrivão da Polícia Civil de Palmas, Nerio Correa. A polícia afirmou que tem algumas informações sobre o crime, mas não revelou se já há suspeitos do assassinato. "O prazo do inquérito policial é de 30 dias, se nesse período não conseguirmos terminar as investigações pedimos uma prorrogação de prazo, geralmente mais 60 ou 90 dias. Isso depende da complexidade do caso", afirmou Correa.
No dia do crime, a PM foi chamada para atender outra ocorrência, na mesma estrada secundária que liga Coronel Domingos Soares a PRT-449 (rodovia que liga Palmas a Mangueirinha) e acabou vendo o casal de professores baleados caídos ao lado da moto. "Fizemos o primeiro contato, isolamos a área e providenciamos o socorro. Infelizmente o professor já estava morto e a mulher morreu no hospital. Não descartamos nenhuma hipótese, mais ainda é cedo para afirmar que o objetivo do crime foi execução", explicou o comandante Guerios.
De acordo com o comandante, também existe a hipótese dos professores terem sido mortos por engano. "Em razão da idoneidade do casal, não teriam porque passar por isso. Só a investigação vai dizer o que aconteceu", definiu o oficial.
Segundo a Prefeitura de Coronel Domingos Soares, nesta terça-feira (26) as aulas voltaram ao normal no município.
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