A greve de motoristas e cobradores de ônibus, iniciada na última quarta-feira, poderá acabar neste sábado. Isso depende dos trabalhadores aceitarem, em assembleia agendada para às 9h30 de hoje, uma proposta da magistrada Ana Carona Zaina para reajuste de 9,28%. As empresas de ônibus aceitaram o porcentual e também concordaram em não descontar os dias parados de quem aderiu à greve. Nos dois últimos dias, metade da frota circulou nos horários e 30% nos demais horários, cumprindo uma determinação judicial.
A determinação da magistrada ocorreu durante a terceira audiência conciliatória realizada no Tribunal Regional Eleitoral da 9.ª região (TRT-9.ª), que contou com a participação da vice-prefeita Miriam Gonçalves. Pela proposta nova proposta, o salário dos cobradores passará de R$ 940 para R$ 1.027. Já o dos motoristas subirá de R$ 1.660 para R$ 1.814.
Se depender das declarações dadas pelos dois lados da negociação após a audiência, cresce a possibilidade do fim da greve neste sábado. "Mesmo aquém da reivindicação que vinha sendo feita pelos trabalhadores, entendemos que possa ser uma proposta boa para a categoria com um ganho real muito maior que algumas categorias", disse Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).
Já o empresário Dante Fraceschi disse que o reajuste e demais cláusulas sugeridos pela magistrada Ana Carolina foram aceitos pelas empresas de ônibus. "Da nossa parte foi aceita integralmente, inclusive o não desconto dos dias parados. Agora depende dos trabalhadores".
A volta de motoristas e cobradores ao trabalho, entretanto, ainda está condicionada à decisão que será tomada por quem for à assembleia de logo mais, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba. Na tarde de ontem, alguns trabalhadores e lideranças sindicais estiveram reunidos no local mas o encontro não deliberou sobre a proposta.
Após a audiência conciliatória, a vice-prefeita Miriam Gonçalves disse que espera uma repactuação do subsídio pago pelo governo do estado para que o usuário do transporte coletivo não acabe pagando a conta desse reajuste. "Ainda não há uma definição a esse respeito [reajuste da tarifa]. A prefeitura está assumindo hoje o compromisso de pagar esse reajuste aos trabalhadores. Mas acreditamos ser correto que o governo do estado contribua com valores mais expressivos".
O governador Beto Richa anunciou ainda na semana passada que o subsídio será renovado pelo mesmo valor mensal do ano passado: R$ 5 milhões mensais. Presentes na audiência, representantes da Comec, órgão estadual responsável pela coordenação da região metropolitana, também estiveram na audiência de ontem e reafirmaram o que já haviam dito: "o subsídio garantido é o anunciado pelo governador", disse Carlos do Rego Almeida Filho, diretor de transportes do órgão.