Ao menos 13 cidades foram alvos de ataques criminosos em Santa Catarina na onda de violência que começou na sexta-feira (26). Até o momento foi registrada a morte de uma pessoa, segundo balanço divulgado pela Polícia Militar na noite de terça-feira (30).
As ações criminosas foram registradas nas cidades de Florianópolis, São José, Palhoça, Tijucas, Gaspar, Navegantes, Itapema, Criciúma, Chapecó, Joinville, Balneário Camboriú, Governador Celso Ramos e Campos Novos. Os alvos foram o transporte coletivo, prédios, casas e carros de policiais, prédios e órgãos públicos.
Uma tentativa de incêndio de um ônibus na rodovia SC-410, no km 4, no bairro Areias de Baixo, em Governador Celso Ramos, foi registrada por volta da 0h30 desta quarta-feira (1º).
Pessoas que estavam próximos ao local conseguiram apagar o fogo rapidamente antes da chegada dos bombeiros. Não houve feridos.
Em Balneário Camboriú, criminosos atiraram e tentaram incendiar o carro de um policial militar aposentado, no bairro dos Municípios, nesta madrugada.
O carro estava estacionado na rua Brusque quando foi alvo de ataque dos criminosos. Não houve feridos.
A PM fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi preso.
Por volta das 22h de terça-feira, a casa de um subtenente da Polícia Militar foi alvo de tiros, no bairro Caminho Novo, em Palhoça. Não houve feridos.
A PM fez buscas na região e prendeu um suspeito, que foi levado à delegacia de plantão da cidade. Outro suspeito está foragido.
Meia hora antes, um ônibus particular foi incendiado no bairro Integração, em Campos Novos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o ônibus sofreu poucos danos porque o dono conseguiu apagar rapidamente o fogo.
Morte
Em Criciúma, no sul do Estado, um agente prisional aposentado foi morto na frente de sua casa, no bairro Pinheirinho, na noite de segunda-feira (29).
Luis Carlos Dalagnol trabalhou 37 anos no presídio da cidade e estava aposentado desde 2012, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina.
A Polícia Militar incluiu o caso na lista de atentados, apesar de declarar que ainda não sabe a autoria nem a motivação do crime. O delegado Vitor Bianco, da DIC (Divisão de Investigação Criminal) de Criciúma, disse que não descarta a hipótese de a morte ter relação com os atentados.
O coronel Valdemir Cabral, comandante da Polícia Militar em Santa Catarina, decretou "estado de alerta" para colocar todo o efetivo de prontidão.
Por meio de nota, Cabral informou que a PM está "com uma operação especial", a respeito da qual não deu detalhes "para não prejudicar o serviço".
A Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) disse ter identificado "entre cinco e dez suspeitos" de determinar os ataques e que a prisão deles é "questão de tempo".
O secretário estadual de Segurança Pública, Cesar Grubba, disse, em entrevista à imprensa, que o motivo e os autores dos ataques ainda são desconhecidos. Entretanto, admitiu que grupos criminosos possam estar articulando os atentados.
Facções nas cadeias
O PGC (Primeiro Grupo Catarinense) é a maior facção criminosa do sistema prisional catarinense, segundo o Deap (Departamento de Administração Prisional).
O grupo foi apontado como responsável pelas ondas de violência de 2012 e 2013 no Estado, quando a Polícia Militar registrou 182 ataques em 54 cidades, a maioria contra ônibus e instalações da segurança pública.
Em maio deste ano, a Justiça condenou 80 pessoas, a maioria delas ligadas ao PGC, pelos atentados. As maiores penas, de 19 anos de prisão, foram aplicadas aos líderes do grupo, que cumprem pena em penitenciárias fora do Estado.
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