Professores da rede estadual de ensino do Paraná vão começar o ano letivo, na próxima quarta-feira (15), colocando em prática a hora-atividade da forma como ocorria antes da redução determinada do governo. Para que isso seja feito, as aulas serão encurtadas de 50 para 30 minutos uma vez por semana em cada turno. O período que “sobra” das aulas mais curtas será utilizado para reforçar a mobilização dos professores pela hora-atividade. A medida será adotada até a greve anunciada para o dia 15 de março, de acordo com a APP-Sindicato.
Se entrarem em greve, professores terão desconto no salário, afirma secretária de Educação
Leia a matéria completaPara ter os docentes por um período maior em sala de aula, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) baixou de 7 para 5 horas o período semanal da hora-atividade – tempo que os professores utilizam para preparar as aulas e para corrigir as atividade dos alunos – em cada turno de 20 horas.
A expectativa da APP-Sindicato é de que alunos e professores possam debater a situação da educação no estado. “É um período que vamos usar para conversar com a comunidade, falar sobre a importância da hora-atividade”, comenta o presidente da entidade, professor Hermes Silva Leão.
Com a nova resolução da Seed, os docentes tiveram de buscar mais aulas extraordinárias para preencher sua carga horária. Na semana passada, uma liminar judicial suspendeu essa redução. A Seed interrompeu a distribuição de aulas extraordinárias e reeditou o documento, mas a APP-Sindicato considera que não houve modificação real. A entidade voltou a entrar na Justiça contra a secretaria e aguarda decisão sobre o assunto.
Por causa desta situação, a distribuição de aulas extraordinárias ainda está ocorrendo nesta segunda-feira (13), data em que professores já deveriam participar da Semana Pedagógica.
A reportagem entrou em contato com a Seed para saber qual é o posicionamento da pasta sobre o protesto dos professores e aguarda o retorno.
Reunião
A APP-Sindicato afirma que, mesmo com o anúncio da greve para março, está tentando – por meio da Casa Civil –, uma reunião com o governador Beto Richa. Entre as reivindicações da categoria estão pautas nacionais, como a posição contrária à reforma da Previdência e a exigência do pagamento do piso salarial em todos os estados. No estado, as principais reclamações são a data-base do reajuste salarial, a redução da hora-atividade e penalidades sofridas pelos professores que se afastaram das salas por problemas de saúde ou mesmo para aperfeiçoamento.
A assessoria de imprensa da Casa Civil informou, por sua vez, que o governo está aberto ao diálogo e que ainda não recebeu nenhum pedido de negociação desde a última audiência com representantes dos professores, ocorrida na semana passada.
A secretária de Estado da Educação, Ana Seres, sinalizou que o governo pretende reagir se os docentes decidirem cruzarem os braços. Ela afirmou que os professores terão os dias parados descontados da folha de pagamento.
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