Os atingidos pela lama da barragem da mineradora Samarco em Mariana receberam nesta quinta-feira (31) R$ 800 mil em doações realizadas por pessoas físicas e empresas depois da tragédia, ocorrida em 5 de novembro do ano passado. Ao todo, 306 famílias moradoras do distrito de Bento Rodrigues, destruído pelos rejeitos que vazaram da represa, receberam os recursos, perfazendo valor de R$ 2.614,38 para cada família, pagos em cheque.
O montante arrecadado até o momento é de R$ 1.122,867,19. O restante, R$ 322.867,19, será repassado em 30 dias, conforme informações da prefeitura de Mariana.
Contaminação do Rio Doce por lama da Samarco ainda é alta
Leia a matéria completaOs R$ 800 mil foram liberados por termo de ajustamento de conduta (TAC) fechado entre o município e o Ministério Público Estadual (MPE) em Mariana. A previsão era que o dinheiro fosse repassado antes da Semana Santa. Porém, na quarta-feira (23) durante votação do projeto de lei que autorizava a prefeitura a fazer o pagamento, dois vereadores, Bruno Mól (PSDB) e Pedro Eldorado (PR) pediram vistas ao projeto de lei.
Houve reação da população e do Ministério Público. Em nota, o promotor Guilherme de Sá Meneguin afirmou que investigaria o posicionamento dos dois parlamentares. Na última segunda-feira (28), em nova sessão da câmara, o projeto foi aprovado.
A decisão de não repassar todo o dinheiro de uma só vez ocorreu por recomendação do Ministério Público. O objetivo é atender outras famílias que possam vir a ser enquadradas como atingidas pela tragédia. Além de destruir o distrito de Bento Rodrigues, o rompimento da barragem provocou a morte de 18 pessoas. Uma ainda está desaparecida.
Toda a cúpula da Samarco à época, inclusive o então presidente Ricardo Vescovi, foi indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais por homicídio com dolo eventual (quando não há intenção de matar, mas assume-se o risco) e teve pedido de prisão enviado à Justiça. Ainda não houve, porém, posicionamento sobre a solicitação. A Samarco pertence às mineradoras Vale e BHP Billiton.
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